Uma
sucessão de conflitos com mais de um século de existência foi um dos
fatores responsáveis pelo término do sistema feudal que já agonizava há
muitos anos
Fonte: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/54/a-mais-longa-batalha-da-historia-uma-sucessao-de-272114-1.asp |
Apesar do nome, a Guerra dos Cem Anos, como ficou conhecida a
disputa entre França e Inglaterra, as duas maiores potências europeias
do século 14, durou 116 anos. Segundo os historiadores, começou em 1337 e
terminou em 1453. Mas não foi uma luta ininterrupta. Na verdade,
aconteceram vários confrontos entre as duas monarquias com vitórias e
derrotas para ambos os lados.
De acordo com os dados históricos, o pavio para o início do
conflito foi aceso quando, em 1328, o rei francês Carlos IV morreu sem
deixar herdeiros. Eduardo III, então rei da Inglaterra, achou-se no
direito de reivindicar para si o trono vago. Além de súdito, ele era
sobrinho do rei morto, por parte de sua mãe.
Entretanto, nobres franceses também queriam o mesmo. Sob a
alegação de que o trono francês só poderia ser herdado por um homem (ou
por um pretendente oriundo de uma descendência masculina), a assembleia
francesa acabou escolhendo o conde Filipe de Valois, que se tornou
Filipe VI (1328 a 1350).
O rei Eduardo não gostou de ser preterido, justo ele que já era
dono por herança das regiões da Gasconha (no sudoeste da França, faz
divisa com o norte da Espanha), de sua vizinha Guiana (atual território
da Aquitânia) e do condado de Ponthieu (ao norte da França). Mas o
inglês não discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI como rei da França
em 1329 em Amiens e prometendo- lhe obediência.
Ilustração representando a batalha de Azincourt que aconteceu em 25 de outubro de 1415 (Dia de São Crispim), no norte da França |
Interesses comerciais
Ainda havia outra zona de atrito entre os dois países. A região de Flandres, a nordeste da França, (atual Bélgica e Países Baixos) era um rico entreposto comercial. Afora seu intenso comércio, Flandres ainda era um importante centro produtor de tecidos, que comprava grande parte da lã produzida na Inglaterra. Ainda que a região fosse politicamente subordinada à França, os produtores flamengos, por interesses comerciais, posicionaram-se a favor dos ingleses, fato que desagradou a Coroa francesa.
Apesar do nome, a Guerra dos Cem Anos,
como ficou conhecida a disputa entre França e Inglaterra, as duas
maiores potências europeias do século 14, durou 116 anos: de 1337 até
1453
A situação piorou quando o conde de Nevers, regente de
Flandres, prestou juramento de obediência ao recém-coroado Filipe VI.
Com medo que a economia da região entrasse em colapso, os flamengos
reagiram. O rei francês, em apoio ao Conde Nevers, interveio no
território. Em represália, Eduardo III suspendeu as exportações de lãs
inglesas. Sem sua principal matéria-prima, os flamengos resolveram
apoiar o monarca inglês que, novamente reivindicava o trono francês,
repudiando o juramento de obediência que fez em Amiens. A partir desse
ato, não havia outra saída entre os dois monarcas a não ser declararem
guerra um contra o outro.
Primeiro período (1337 e 1364)
Vitórias inglesas
A França tinha uma população quatro vezes maior do que a Inglaterra. Em compensação, a monarquia inglesa era mais forte. Em 1337, Filipe VI começou o conflito ao atacar a Guiana (que pertencia legitimamente a Eduardo III) e exercer um intenso assédio ao litoral inglês até ser derrotado em 1340.
A cavalaria francesa sofreu em Aljubarrota (1385) outra pesada derrota contra as táticas de infantaria, depois de Crécy e Poitiers |
Nenhum comentário:
Postar um comentário