Ditadura Militar
A Ditadura Militar no Brasil
teve uma duração de 21 anos, iniciando em 1964 e tendo seu término em
1985. Resultou do golpe dado pelos militares em 31 de Março de 64, com o
afastamento de então presidente João Goulart e a subida ao poder do
Marechal Castelo Branco.
Obviamente que o golpe não ocorreu de uma hora para a outra. Em um
contexto de fortes disputas ideológicas e ameaças entre o modelo
capitalista, encabeçado pelos Estados Unidos e as potências ocidentais, e
o socialismo, liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS), alguns historiadores acreditam que o golpe já vinha sendo
ensaiado desde os últimos anos de Getúlio Vargas no
poder, nos idos de 1954. Com a Renúncia do mineiro Jânio Quadros em 1961
e a chegada de João Goulart, o Jango, as classes conservadoras
brasileiras temiam um aumento da ideologia socialista dentro do país.
O golpe se deu depois de uma grande mobilização das tropas mineiras e
paulistas, que culminou na renúncia de Jango e no início da era Castelo
Branco. Seu governo foi caracterizado por uma posição autoritária e
pela criação da Constituição de 1967, que positiva o governo militar no
Brasil e todos os seus braços de atuação.
Neste mesmo ano, através de eleições indiretas do Congresso Nacional,
assume o General Arthur da Costa e Silva. A democracia ficou cada vez
mais negligenciada com Costa e Silva no poder, e a linha dura era
defendida pelos militares que figuravam no poder. O fim do seu período
foi conturbado, sendo que em 28 de Agosto de 1969 foi diagnosticado uma
doença grave no General, que foi afastado do poder e não teve seu
sucessor natural, o vice presidente Pedro Aleixo, como presidente. Um
junta militar composta por ministros das Forças Áereas, da Marinha e do
Exército assumiu o poder nos primeiros dias de Setembro, ficando até 30
de Outubro, quando foram substituídas pelo novo presidente, Emílio
Garrastazu Médici.
Com um governo compenetrado em combater os idealismos de esquerda e
fortalecer a moral e o otimismo do povo brasileiro, o General Médici
soube conciliar forças para buscar seus objetivos. Uma campanha com
slogans e músicas ficou famosa, e uma música em especial marcou o
período: Este é um país que vai pra frente. Outro ponto
de destaque do seu governo foi o Plano Nacional de Desenvolvimento
(PND), orquestrado pelo então Ministro da Fazenda Delfim Neto. Ele era
focada na produção, abertura de mercado para o capital estrangeiro e
investimentos em infra-estrutura. Foi um momento conhecido como “milagre
econômico”, pois trouxe um considerável aumento do PIB. Entretanto, não
é considerado por todos um real momento de avanço, pois vinculou todo o
esforço brasileiro a empresas e interesses estrangeiros,
primordialmente norte-americanos, caracaterizando-se assim por um
desenvolvimento atrelado, condicionado e longe de ser autónomo.
Ernesto Geisel sucedeu Médici em 1974, e em seus 5
anos no poder representou um gigantesco endividamento externo e interno,
decretando o fim do “milagre econômico”. Geisel pode ser visto como um
militar que questionou de certa forma o conceito de linha dura, e que
tentou implantar uma ainda ténue mas prática transição para um ainda
distante regime democrático. Mas vale lembrar que a censura e outras
práticas anti-democráticas ainda eram corriqueiras.
O último presidente da ditadura militar foi o General Figueiredo
(1979-1985). Em um governo com rodeado por uma forte crise
internacional, inflação altíssima efortes quedas do PIB, Figueiredo foi o
responsável pelo abertura democrática do regime ditatorial, com medidas
como a criação de eleições diretas para governadores.
Muito bom esse material de rico detalhe histórico. Uma noite que durou 21 anos e jogou o pais num total retrocesso. Ainda bem que muitos resistiram! Tomara que nunca mais se repita! Chega de tanta dor! Parabéns Andrea por mais essa contribuição a memória nacional!
ResponderExcluirOidê Carvalho de Moura - Professor de História e Filosofia CEM Florêncio Aires.
Parabéns Andréa pelos 9.000 acessos ao seu belo blog! Essa galáxia brilha mais!
ResponderExcluirOidê Carvalho de Moura - Professor de Filosofia e História CEM Florêncio Aires.