Características indeléveis do legado do artista do Barraco brasileiro são vistas nas cidades de Minas Gerais
A Crucificação: peças em tamanho natural integram conjunto considerado por especialistas a obra definitiva de Aleijadinho. Crédito: Paulo Figueiras/EM DA Press |
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Na Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté, estão Santa Luzia e Nossa Senhora do Carmo, recuperadas no ano passado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Mas, mesmo conservadas, elas não ficaram longe das ameaças. Tanto que, devido a uma goteira sobre o altar, a imagem de Santa Luzia precisou ser trocada de lugar. Para recuperar o telhado, a paróquia faz campanha para arrecadar R$ 600 mil e dar fim aos problemas.
Ainda em Caeté, é fundamental visitar o Santuário Estadual de Nossa Senhora da Piedade, onde fica a padroeira de Minas, que acaba de ser restaurada e voltará ao altar no próximo fim de semana. Pela tradição oral, Caeté e a Serra da Piedade, com quase 250 anos de peregrinação, são pontos marcantes na biografia de Antonio Francisco Lisboa, já que o seu pai, Manuel, o levava sempre quando trabalhava na ermida do alto do maciço e na Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
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"Aleijadinho fez, principalmente, esculturas devocionais", explica a professora Myriam Andrade Ribeiro Oliveira, mestre e doutora em arqueologia e história da arte, lembrando que o artista aprendeu muito do seu ofício com portugueses que trabalharam na Capitania de Minas, entre eles Francisco Xavier de Brito, em Ouro Preto, e José Coelho de Noronha, em São João del-Rei e Caeté. "Aleijadinho surgiu em um momento de apogeu das artes e estava cercado de artistas. Minas era um dos lugares mais ricos do império português, era o auge da mineração do ouro e diamantes e havia aqui condições excepcionais de trabalho. Portugal mandou para cá o que havia de melhor. Muitos artistas vieram e outros se formaram em Minas", diz a professora Myriam.
A obra-prima
Uma viagem pela obra de Aleijadinho deve começar ou terminar em Congonhas, na Região Central, a 89 quilômetros de BH. No Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, no Centro Histórico, estão os 12 profetas do Velho Testamento (Jonas, Joel, Daniel, Ezequiel, Oséas, Amós, Abdias, Habacuc, Nahum, Isaías, Jeremias e Baruc) esculpidos em pedra-sabão e, formando o conjunto reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, as seis capelas com 64 esculturas em cedro representando os Passos da Paixão de Cristo.
"Congonhas é a obra-prima de Aleijadinho, que trabalhou ali com seus oficiais. É trabalho completo, no qual ele atuou também como cenógrafo, olhando com muito cuidado a posição de cada escultura", afirma o restaurador Antonio Fernando Santos, professor da Universidade Fumec .
Nas capelas – que ganharam iluminação especial interna de LED, recriando cada momento da Paixão – aumenta o deslumbramento ao se olhar para o rosto de Jesus na cena da crucificação, ou para o Anjo da Amargura, no Horto das Oliveiras – tudo esculpido em cedro, madeira muito usada à época, por ser resistente aos insetos, macia e compacta. Na capela da Santa Ceia, com 15 esculturas, estão os apóstolos, Cristo e os servos. Uma curiosidade é que há peças inteiras e outras apenas de meio corpo, com a parte de trás oca, para evitar rachaduras. "Aleijadinho é a grande influência na nossa cultura, tinha conhecimento amplo e criou uma escola", diz Antônio Fernando.
As capelas ficam fechadas e os turistas podem admirar apenas pela grade protetora, o que não impede que se emocionem. Aproveitando um raro momento em que os oratórios foram abertos, a visitante gaúcha Helena Victória Sagebin lembrou que os Passos transcendem a religiosidade, por transmitir "espiritualidade e sensibilidade".
Tributo tardio
O último trabalho de Aleijadinho ocorreu em 1812, com o desenho das torres da Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes, no Campo das Vertentes. Porém, só mais de 100 anos depois, em 1922, após a célebre Semana de Arte Moderna, em São Paulo, o mestre se tornou símbolo da arte colonial. Foi quando escritores, poetas e artistas plásticos rumaram para Ouro Preto, dando início à valorização do patrimônio dos séculos 18 e 19 e ao reinado do inigualável gênio do barroco.
1) Sobrancelha bastante alta, em linha contínua com o nariz, formando um “V”
2) Olhos amendoados
3) Cabelos estriados e revoltos, com mechas terminando em volutas (forma de caracol)
4) Rosto largo, com traços bem definidos, mostrando uma constituição óssea bastante acentuada
5) Nariz fino, saliente, com ponta arrebitada
6) Queixo pontudo e bipartido
7) Barba longa e estriada. O bigode se origina diretamente nas narinas
8) Boca entreaberta com lábios ligeiramente carnudos
9) Braços curtos e rígidos
10) Panejamento (vestes) fortemente anguloso, aparentando dobras movimentadas
11) Anatomia vigorosa dos braços e pernas, estrutura robusta e musculatura atlética
12) Pés em ângulo próximo de 90 graus
13) O polegar é mal implantado nas mãos; os dedos são alongados
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2014/11/18/internas_viver,543470/200-anos-sem-aleijadinho-conheca-os-tracos-marcantes-do-mestre.shtml
Grande artista brasileiro. Considerado o maior especialista em barroco das Américas. Viva aleijadinho!
ResponderExcluirOide Carvalho de Moura - professor de Filosofia e História CEM Florêncio Aires.