PROFESSORA ANDRÉA

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

António Canova


 

PSIQUÊ REVIVIDA PELO BEIJO DE EROS


A figura de Psiquê foi abordada várias vezes por Canova, seja isoladamente, seja em conjunto com seu companheiro mitológico Eros
 

Entre as mais celebrizadas está o grupo de Eros e Psiquê (1793) hoje no Museu do Louvre, que se afasta bastante dos modelos clássicos e também das representações correntes no século XVIII. 


A imagem fora encomendada pelo coronel John Campbell em 1787, e captura o momento em que Eros revive Psiquê com um beijo depois de ela ter absorvido a poção mágica que a lançara num sono eterno. 


Para Fleming & Honour este grupo é especialmente significativo porque oferece uma imagem ao mesmo tempo idealizada e humana do amor.


E também porque as grandes superfícies e a espessura surpreendentemente fina das asas de Eros, os pontos de apoio estrutural sabiamente escolhidos, e o gracioso mas formalmente ousado entrelaçamento das formas corporais, cuja fluência e suavidade aparecem tão naturais, escondem na verdade uma notável proeza em termos técnicos e o profundo entendimento do artista das capacidades expressivas do corpo humano.


 Existe uma cópia no Museu Hermitage e o modelo em gesso também sobreviveu.34


Canova cultivou uma ampla gama de temas e motivos, que juntos formam um panorama quase completo das principais emoções e princípios morais positivos do ser humano, passando pelo frescor e inocência da juventude, tipificadas nas figuras das Graças e das Dançarinas, pelos arroubos passionais do amor trágico, bem exemplificado no grupo de Orfeu e Eurídice, pelo amor ideal, simbolizado no mito de Eros e Psique, retratado diversas vezes, pelo amor místico e devocional das Madalenas penitentes, pelas patéticas meditações sobre a morte em suas tumbas e epitáfios, pelas representações do heroísmo, da força e da violência de seu Teseu e do Hércules, tratando-os de uma forma inovadora em muitas vezes desafiadora dos cânones prevalentes em sua geração. 


Também realizou muitos retratos e retratos alegóricos, mas eximiu-se da representação dos vícios, da pobreza e da feiúra; jamais foi um escultor realista ou interessado em retratar os problemas sociais de seu tempo, embora sua atividade benemerente ateste que não era insensível às atribulações do povo, mas em sua obra artística preferiu temas em que pudesse exercitar seu constante idealismo e sua ligação com a Antiguidade clássica.4











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