Fatores da descolonização afro-asiática
Com o advento do capitalismo
comercial, na Era Moderna, a América tornou-se a área onde a exploração
colonial foi mais intensa. Mas nem por isso os europeus abandonaram as
relações comerciais e o domínio político sobre a África e a Ásia.
Na segunda metade do século XIX, em razão das necessidades de mercado geradas pela segunda Revolução Industrial
e em face das independências das colônias americanas, a Europa volta-se
novamente à África e à Ásia, impondo o neocolonialismo.
As disputas entre as potências européias pelos territórios afro-asiáticos desencadearam a Primeira Guerra Mundial. A Europa saiu enfraquecida da guerra, perdendo sua hegemonia para os Estados Unidos.
A crise do pós-Primeira Guerra na Europa foi acentuada ainda mais pela crise de 1929,
que repercutiu nas áreas coloniais com o agravamento das condições de
vida dos colonos, que iniciaram greves e revoltas contra as metrópoles
européias. Esses movimentos coloniais foram contidos à força, mas
acabaram resultando no nascimento de um forte sentimento nacionalista
que se traduzia no desejo de independência.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa declinou completamente, sendo dividida em áreas de influência entre EUA e URSS.
O enfraquecimento da Europa significou o fortalecimento do nacionalismo
e o crescimento do desejo de independência. Desejo esse que passou a se
apoiar na Carta da ONU,
que reconhecia o direito à autodeterminação dos povos colonizados e que
fora assinada pelos países europeus (os colonizadores).
Em 1955, vinte e nove países
recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung, capital da
Indonésia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo. A Conferência de Bandung estimulou as lutas por independência na África e Ásia.
Terminada a Segunda Guerra Mundial,
Estados Unidos e União Soviética passaram a liderar os dois grandes
blocos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra Fria,
buscaram a expansão de suas áreas de influência. Nesse sentido, passam a
ver nos movimentos de independência afro-asiática a possibilidade de
ampliar sua influência política nas novas nações.
As vias da descolonização
A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a violenta.
No caso da via pacífica, a
independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole,
com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o
controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de
dependência.
As independências que ocorreram pela
via da violência resultaram da intransigência das metrópoles em conceder
a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, geralmente
vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo as independências.
A descolonização da Ásia
O fim do domínio inglês na Índia
A Revolta dos Cípaios, 1858, colocou a Índia na esfera do domínio britânico, que culminou com a sagração da rainha Vitória corno imperatriz dos indianos.
A dominação da Índia não foi uma
tarefa difícil, pois a ausência de um governo centralizado, a
diversidade de religiões e a existência de uma sociedade de castas
facilitaram a penetração inglesa.
A partir da década de 1920, Mahatma Gandhi e Jawarharlal Nerhu, através do Partido do Congresso, com apoio da burguesia, passaram a liderar o movimento de independência da Índia.
Gandhi pregava a desobediência civil e
a não-violência como meios de rejeição à dominação inglesa,
transformando-se na principal figura do movimento indiano pela
independência.
A perda do poder econômico e militar
pela Inglaterra após a Segunda Guerra Mundial retirou-lhe as condições
para continuar a dominação na Índia.
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência indiana, que levou — em função das rivalidades religiosas — à formação da União Indiana, governada por Nerhu, do Partido do Congresso, com maioria hinduísta, e do Paquistão (Ocidental e Oriental), governado por Ali Jinnah, da Liga Muçulmana, com maioria islamita. O Ceilão também se tornava independente, passando a ilha a se denominar Sri-Lanka, com maioria budista.
A independência da Índia resultava de
um longo processo de lutas nacionalistas, permeadas pelas divergências
religiosas entre hinduístas e muçulmanos, o que levou, em 1949, ao
assassinato de Gandhi.
O Paquistão Oriental, em 1971, sob liderança da Liga Auami, separa-se do Paquistão Ocidental, constituindo a República de Bangladesh.
O Paquistão Oriental, em 1971, sob liderança da Liga Auami, separa-se do Paquistão Ocidental, constituindo a República de Bangladesh.
A independência da Indonésia
A Indonésia
é formada por cerca de dezessete mil ilhas das quais seis mil são
habitáveis, as que se destacam são Java e Sumatra. Desde o século XVII
até 1941, o arquipélago esteve sob domínio holandês.
Em 1941, durante as ofensivas da Segunda Guerra, o Japão passou a dominar a Indonésia, o que levou à formação de um movimento nacionalista de resistência liderado por Alimed Sukarno.
Com a derrota japonesa, em 1945, o
movimento de resistência proclama a independência do país, que não foi
aceita pela Holanda, que iniciou uma tentativa de recolonização da
Indonésia.
Sukarno, aglutinando os
nacionalistas, lidera a guerrilha contra a Holanda que, em 1949,
reconhece a independência da Indonésia.
As lutas pela independência e a divisão da Indochina
Em 1887, a Indochina foi conquistada e
submetida ao colonialismo francês. A França, em 1940, foi ocupada pelos
alemães, cessando seu domínio sobre a região. No ano seguinte, 1941, os
japoneses ocuparam toda a Indochina, com o consentimento do general
Pétain, o que levou à formação do movimento de resistência nacionalista,
comandado pelo Vietminh (Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã).
O Vietminh era liderado por Ho Chi
Minh, dirigente comunista, que após a derrota do Japão na Segunda Guerra
proclamou a independência da República Democrática do Vietnã (parte
norte).
Terminada a Segunda Guerra, os
franceses não reconheceram o governo de Ho Chi Minh e tentaram, a partir
de 1946, recolonizar a Indochina, ocupando as regiões do Laos, Camboja e o Vietnã do Sul, desencadeando a Guerra da Indochina, que se estendeu até 1954, quando os franceses foram derrotados na Batalha de Dien Bien Phu.
No mesmo ano, realizou-se a Conferência de Genebra,
na qual a França retirava suas tropas e reconhecia a independência da
Indochina, dividida em Laos, Camboja, Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
Laos e Camboja ficaram proibidos de
manter bases militares estrangeiras em seu território, e no Vietnã
deveriam se realizar eleições num prazo de dois anos para decidir a
reunificação.
A Guerra do Vietnã
Pela Conferência de Genebra, o
paralelo 17 estabelecia a divisão entre Vietnã do Norte — governado pelo
líder comunista Ho Chi Minh — e Vietnã do Sul governado pelo rei Bao
Dai, que colocou Ngo Dinh Diem como primeiro-ministro.
Em 1955, Ngo Dinh Diem, com um golpe de Estado, proclama a República, depondo o rei Bao Dai. Passa a receber o apoio dos EUA.
No Vietnã do Sul estabeleceu-se um
governo de caráter impopular, marcado pelo autoritarismo de Ngo Dinh
Diem que, em 1956, suspende as eleições estabelecidas oela Conferência
de Genebra.
Em oposição ao seu governo, formou-se a Frente de Libertação Nacional, em 1960, que contava com um exército guerrilheiro, o Vietcong. O objetivo da Frente era depor Ngo Dinh Diem e unir o Vietnã do Sul ao Vietnã do Norte.
Ngo Dinh Diem, em 1960, cancela as eleições, o que desencadeou o início da Guerra do Vietnã.
O Vietcong passou a contar com o
apoio do Vietnã do Norte e Ngo Dinh Diem era apoiado pelos Estados
Unidos, que, em 1961, enviam ajuda militar ao Sul. Em 1963, os vietcongs
dominavam boa parte do território do Vietnã do Sul. Neste mesmo ano
morria o presidente norte-americano, John Kennedy, e o vice, Lyndon
Johnson, assumia a presidência do país.
No mês de agosto de 1964, dois
comandantes norte- americanos deram o pretexto para o início dos
bombardeios sobre o Vietnã do Norte, alegando que seus navios haviam
sido atacados em Tonquim.
Os bombardeios norte-americanos sobre
o Norte prolongaram-se até 1968, quando foram suspensos com o início
das conversações de paz, em Paris, entre norte-americanos e
norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris não se chegou a uma
solução, os combates prosseguiram.
Em 1970, o presidente dos EUA,
Richard Nixon, autoriza a invasão do Camboja e, em 1971, tropas
sul-vietnamitas e norte-americanas invadem o Laos.
Os bombardeios sobre o Vietnã do Norte por aviões dos EUA recomeçaram em 1972.
Desde 1968, a opinião pública
norte-americana, perplexa diante dos horrores produzidos pela guerra,
colocava-se contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo uma
forte pressão sobre o governo, que iniciou a retirada gradual dos
soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados norte-americanos em combate; em
1965, esse número se elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número
caía para 156.800 soldados.
Em 27 de janeiro de 1973 era assinado
o Acordo de Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se
retirariam do conffito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e a
realização de eleições no Vietnã do Sul.
Com a retirada das tropas
norte-americanas, os norte-vietnaniitas e o Vietcong deram início a uma
fulminante ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na
vitória do Norte.
Em 1976, o Vietnã se reunificava, adotando o regime comunista, sob influência soviética.
Em 1975, os movimentos de resistência
no Laos e no Camboja também tomaram o poder, adotando o regime
comunista, sob influência chinesa.
Os soldados cambojanos com apoio vietnamita, em 1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Vermelho.
Outras nações surgidas no processo de descolonização da Ásia
As Filipinas,
que desde o século XVI passava pelo domínio da Espanha, EUA e Japão, em
1946 é retomada pelos norte-americanos, que lhe concedem a
independência.
A Birmânia, em 1948, tornou-se independente da Inglaterra.
A Malásia, em 1957, tornou-se independente da Inglaterra e integrante da Comunidade Britânica, a Commonwealth.
A descolonização da África
No início do século XX, 90,4% do
território africano estava sob domínio do colonialismo europeu. Apenas
três Estados eram independentes: África do Sul, Libéria e Etiópia.
A descolonização da África ocorreu de
forma veloz. Entre 1957 e 1962, 29 países tornaram-se independentes de
suas metrópoles européias.
A independência do Egito
O Egito
estava sob domínio francês até 1881, quando a Inglaterra assumiu o
controle do território. Em 1914, tornou-se um protetorado inglês.
(Protetorados eram áreas de dominação onde os colonos gozavam de
autonomia de decisões; a metrópole apenas supervisionava por meio de um
representante.)
O fim do domínio colonial inglês
cessou em 1936. Porém, a Inglaterra não abriu mão do controle que
exercia desde 1875 sobre o Canal de Suez.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o
Egito foi palco de manobras militares alemãs e italianas, comandadas
pelo general Rommel (Afrikakorps). Os ingleses, em 1942, expulsaram as
tropas do Eixo e impuseram o rei Faruk no poder.
Em 1952, o general Naguib, com o apoio do Exército, depôs o rei e proclamou a República, assumindo o poder.
Em 1954, o coronel Gamal Abdel Nasser substituiu o general Naguib, mantendo-se no poder até 1970.
A independência da Argélia
A Argélia
esteve subordinada ao colonialismo francês desde 1830. A partir da
década de 1880, iniciou-se um processo de imigração francesa para o
território argelino, ocupando as melhores terras, que passaram a ser
destinadas à vinicultura.
Os colonos franceses na Argélia,
denominados pieds noirs (pés pretos), tinham condições de vida
superiores às dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a
invasão da França pelos alemães provocou a divisão do território francês
e a formação de dois governos: Paris ficou diretamente controlada pelos
nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o governo colaboracionista do
marechal Pétain. O general Charles de Gaulle comandava a França livre. A
Argélia passou a responder ao governo de Pétain.
Em 1945 ocorreram as primeiras
manifestações pela independência — em razão da crise econômica do
pós-Segunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito mais
grave. Essas manifestações foram lideradas por muçulmanos, grupo
religioso predominante na Argélia, mas foram prontamente sufocadas pelos
franceses.
A derrota francesa na Guerra da Indochina,
em 1954, evidenciava o enfraquecimento do seu poder. Nesse mesmo ano, a
população muçulmana da Argélia, movida pelo nacionalismo islâmico,
voltou a colocar se contra a França, através de manifestações que foram
coibidas, mas que resultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.
A Frente Nacional de Libertação passou a se organizar militarmente para derrotar o domínio francês.
No próprio ano de 1954 eclodia a guerra de independência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os líderes da Frente foram capturados e levados presos para Paris, onde permaneceram até 1962.
A violência praticada pelos franceses
com a população civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais os
descontentamentos dos argelinos.
Em 1958 é proclamada a IV República
francesa. O general De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes para
negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no
Cairo (Egito).
As negociações de paz se estendem até 1962, quando foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra que já durava oito anos.
A independência do Congo (antigo Zaire)
Em 1867, a Bélgica funda a Sociedade
Internacional para a Exploração e Civilização da África, iniciando a
ocupação do Congo, que se tornou possessão belga a partir de 1885, e
colônia em 1908.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os movimentos de emancipação se generalizavam na África e, em 1960, na Conferência de Bruxelas, a Bélgica concede a independência do Congo, que passa a constituir a República do Congo.
O governo passou a ser exercido pelo presidente Joseph Kasavubu e pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba.
Em seguida à independência do país,
na província de Catanga, ocorre um movimento separatista liderado pelo
governador Moise Tchombe, que, apesar de proclamar a independência da
província, não obteve o reconhecimento internacional. Desencadeou-se,
então, uma guerra civil. Catanga recebia apoio de grupos internacionais
interessados nos minérios da região e de tropas mercenárias belgas.
Em setembro de 1960, o presidente
Kasavubu demite o primeiro-ministro Patrice Lumumba, e Joseph Ileo
assume o Gabinete. Lumumba não aceitou sua demissão e o Congo passou a
ter dois governos. Então, o coronel Mobutu dissolveu os Gabinetes.
Kasavubu foi preservado. Lumumba foi aprisionado e levado para Catanga,
onde foi assassinado, em 1961. Sua morte provocou violentas
manifestações dentro e fora do Congo. Internamente, a crise política se
alastrava, o Congo se fragmentava, e as lutas dividiam a população.
Em 1962, as forças da ONU intervieram no Congo para impedir a secessão de Catanga. Moise Tchombe foi para o exílio.
Em 1962, as forças da ONU intervieram no Congo para impedir a secessão de Catanga. Moise Tchombe foi para o exílio.
Assumia o governo Cyrille Adula em
meio aos movimentos liderados pelos partidários de Lumumba (morto em
1961), que se tornaria o símbolo da luta congolesa.
Os partidários de Lumumba dominavam
boa parte do país, em 1964, quando Adula convida Moise Tchombe
(recém-chegado do exílio) para auxiliá-los e vencer os rebeldes. Adula
renuncia e Tchombe assume o cargo de primeiro-ministro.
A guerrilha aumentava e, então, os EUA intensificaram a ajuda militar — que já vinha concedendo — ao governo de Tchombe.
Os partidários de Lumumba, em
resposta, transformaram 60 norte-americanos e 800 belgas em reféns da
guerrilha, o levou a Bélgica a preparar uma ação de resgate, provocando o
fuzilamento de 60 reféns pelos guerrilheiros; os demais foram
libertados.
O presidente Kasavubu, em 1965,
demitiu o primeiro-ministro Tchombe e logo em seguida o general Mobutu
dá um golpe e assume a presidência do país, que a partir de 1971, passa a
se denominar República do Zaire.
O fim do Império Colonial Português
Portugal
foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos séculos XV, XVI e XVII. Em
1415, os portugueses iniciavam a conquista de novos mundos, com a tomada
de Ceuta, no Norte da África.
A crise na qual mergulhou o Império
Português, no século XVII, levou à perda de grande parte de suas
colônias para os espanhóis, holandeses e ingleses.
Durante o neocolonialismo, na segunda
metade do século XIX, as possessões portuguesas ficaram reduzidas a
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de Cabo Verde e de
São Tomé e Príncipe.
Angola
Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Libertação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho Neto.
Outros dois movimentos surgiram
dentro do processo de lutas de independência: a União Nacional para a
Independência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA.
Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo
o qual os portugueses reconheceriam a independência de Angola em 1975,
devendo ser formado um governo de transição composto pelo MPLA, Unita e
FNLA.
Os três grupos iniciaram entre si uma
série de divergências que culminaram com uma guerra civil e a invasão
do país por tropas do Zaire e da África do Sul (apoiadas pela FNLA e
Unita, respectivamente), que recebiam ajuda militar norte-americana.
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou então ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da Unita e da FNLA.
Moçambique
Em 1962, foi criada a Frente de
Libertação de Moçambique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as
lutas pela independência.
Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movimento, que passou a disputar, através da guerrilha, o controle do território.
Em 1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de Moçambique.
Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe
Amilcar Cabral, em 1956, fundou o
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC, que
desencadeia a luta pela independência a partir de 1961.
Em 1973, mais da metade do território
da Guiné estava sob domínio do PAIGC. Nesse ano, Amilcar Cabral é
assassinado e assume Luís Cabral a presidência da recém- proclamada
República Democrática Antiimperialista e Anticolonialista da Guiné.
Em 1974, o governo português reconhece a independência da Guiné.
Em 1975, Cabo Verde tem sua independência reconhecida por Portugal.
São Tomé e Príncipe, no mesmo ano que Cabo Verde, tem sua independência reconhecida por Portugal.
Em 25 de abril de 1974, ocorreu a
Revolução dos Cravos em Portugal, marcando a ascensão de um regime
democrático que substituiu o governo fascista do presidente Américo
Tomás e do primeiro-ministro Marcelo Caetano, já enfraquecido com a
morte de Oliveira Salazar, que governou Portugal entre 1932 e 1970,
quando morreu.
O novo governo empossado em 1974
reconhecia no ano seguinte as independências das colônias, o que
significou a desintegração do Império Colonial Português.
Conseqüências da descolonização afro-asiática
A principal conseqüência do processo
de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países
que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo.
Essa denominação deve-se ao fato de
que os países originados a partir desses processos de independência
acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países
capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas
desenvolvidos (Segundo Mundo).
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