Cerâmica Karajá |
CERÂMICA KARAJÁ
A produção artesanal dos povos indígenas do Tocantins é rica,
diversificada e se mistura ao cotidiano. É uma das mais belas e
significantes expressões da nossa arte tradicional. O povo Iny é
excelente artesão de arte plumária (confecção de haretôs, colares,
brincos, braçadeiras e tornozeleiras), cerâmicas (potes, pratos, tigelas
e bonecas ornamentais – ritxòò) e cestaria, que serve para transporte e
armazenamento de mantimentos.
O Xerente (Akwê), considerado o povo do traçado, utiliza a seda do
buriti e o capim dourado para a confecção de cestaria, bolsas e enfeites
com sementes do capim tiririca (capim navalha), mulungu e sabonete.

Os conhecimentos tradicionais recebidos dos antepassados são transferidos para as gerações através da oralidade e da observação.
O modo de fazer das bonecas Karajá - peças de barro confeccionadas
pelas mulheres da etnia indígena karajá ou Carajá, da Ilha do Bananal,
no Tocantins – está agora inserido como um “bem”protegido pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Isso
significa, acima de tudo, o reconhecimento da nação pelo saber artístico
desenvolvido por aqueles que foram os primeiros povos deste país e que,
sem dúvida, compõem a essência da alma brasileira.
As esculturas de cerâmicas contam histórias do
cotidiano da tribo e ajudam a repassar fatos e lendas místicas da
origem do povo karajá. A coordenadora do projeto Narubia Karajá ( fonte
Iphan) explica que as peças artísticas traduzem os valores sociais,
cosmológicos e pedagógicos e regras em sociedade para crianças da tribo,
que é repassado principalmente para a menina, quando recebe a boneca
como primeiro brinquedo. A atividade de confecção é exclusiva das
mulheres e desenvolvida com o uso de três matérias-primas básicas: a
argila ou o barro – suù; a cinza, que funciona como antiplástico; e a
água, que umedece a mistura do barro com a cinza

“Atualmente, as bonecas Karajá integram o acervo de
vários museus no país, são procuradas como objetos de decoração e
comercializadas junto a turistas e lojas de artesanato locais, regionais
e nacionais. Entretanto, devem ser compreendidas além da sua expressão
material, visto que, desde a sua confecção, desempenham um papel
importante na reprodução cultural do povo Karajá. Desta forma, o
DPI/Iphan pede a inscrição do Ofício e dos Modos de Fazer as Bonecas
Karajá no Livro dos Saberes e, ainda, a inscrição das Ritxòkò - Bonecas
Karajá no Livro das Formas de Expressão, como patrimônio cultural
brasileiro.
O objetivo é estimular a sua produção entre as mulheres
Karajá, possibilitando o crescimento das condições de autonomia das
ceramistas frente às demandas externas e, ainda, fortalecer os
mecanismos de reafirmação da identidade Karajá”. ( fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=16413&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia)
Tocantins abriga a maior ilha fluvial do mundo: a Ilha do Bananal.
Um espaço de 20 mil quilômetros quadrados de extensão, considerado um
dos santuários ecológicos mais importantes do país, onde convivem os
ecossistemas de cerrado e floresta Amazônica. Em seu território pode ser
vista uma rara diversidade de animais e plantas. A maior parte da ilha
está dividida em duas áreas de reserva ambiental: ao Norte, o Parque Nacional do Araguaia; ao Sul, o Parque Indígena do Araguaia, que abriga indígenas das etnias Carajás e Javaés. Localizada entre os rios Araguaia e Javaés, a Ilha do Bananal fica com até 80% de sua área inundada no período de chuva, de setembro e março.
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