A lenda do café
Não há evidência real sobre a descoberta do café, mas há muitas lendas que relatam sua possível origem.
Uma das mais aceitas e divulgadas é a do
pastor Kaldi, que viveu na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos.
Ela conta que Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam
alegres e saltitantes e que esta energia extra se evidenciava sempre que
mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos
existentes em alguns campos de pastoreio.
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Pastor Kaldi e suas cabras |
O pastor notou que as frutas eram fonte
de alegria e motivação, e somente com a ajuda delas o rebanho conseguia
caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis.
Kaldi comentou sobre o comportamento dos
animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos
frutos. O monge apanhou um pouco das frutas e levou consigo até o
monastério. Ele começou a utilizar os frutos na forma de infusão,
percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou
em suas longas horas de leitura do breviário. Esta descoberta se
espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela
bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez
em monastérios islâmicos no Yemen.
A planta de café é originária da
Etiópia, centro da África, onde ainda hoje faz parte da vegetação
natural. Foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do café.
O nome café não é originário da Kaffa, local de origem da planta, e
sim da palavra árabe qahwa, que significa vinho. Por esse motivo, o
café era conhecido como "vinho da Arábia" quando chegou à Europa no
século XIV. |
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Sultão em Meca, bebendo café |
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Os manuscritos mais antigos mencionando a cultura do café datam de
575 no Yêmen, onde, consumido como fruto in natura, passa a ser
cultivado. Somente no século XVI, na Pérsia, os primeiros grãos de café
foram torrados para se transformar na bebida que hoje conhecemos. |
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O café tornou-se de grande importância para os Árabes,
que tinham completo controle sobre o cultivo e preparação da bebida. Na
época, o café era um produto guardado a sete chaves pelos árabes. Era
proibido que estrangeiros se aproximassem das plantações, e os árabes
protegiam as mudas com a própria vida. A semente de café fora do
pergaminho não brota, portanto, somente nessas condições as sementes
podiam deixar o país. |
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Antigos instrumentos árabes para preparo de café |
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Degustação de café na Etiópia |
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A partir de 1615 o café começou a ser saboreado no
Continente Europeu, trazido por viajantes em suas frequentes viagens ao
oriente. Até o século XVII, somente os árabes produziam café. Alemães,
franceses e italianos procuravam desesperadamente uma maneira de
desenvolver o plantio em suas colônias. |
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Mas foram os holandeses que conseguiram as primeiras mudas e as
cultivaram nas estufas do jardim botânico de Amsterdã, fato que tornou a
bebida uma das mais consumidas no velho continente, passando a fazer
parte definitiva dos hábitos dos europeus. |
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Muda de café cultivada no Jardim Botânico de Amsterdã |
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A partir destas plantas, os holandeses iniciaram em 1699, plantios
experimentais em Java. Essa experiência de sucesso trouxe lucro,
encorajando outros países a tentar o mesmo. A Europa maravilhava-se com o
cafeeiro como planta decorativa, enquanto os holandeses ampliavam o
cultivo para Sumatra, e os franceses, presenteados com um pé de café
pelo burgomestre de Amsterdã, iniciavam testes nas ilhas de Sandwich e
Bourbon. |
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Com as experiências holandesa e francesa, o cultivo de
café foi levado para outras colônias européias. O crescente mercado
consumidor europeu propiciou a expansão do plantio de café em países
africanos e a sua chegada ao Novo Mundo. Pelas mãos dos colonizadores
europeus, o café chegou ao Suriname, São Domingos, Cuba, Porto Rico e
Guianas. Foi por meio das Guianas que chegou ao norte do Brasil. Desta
maneira, o segredo dos árabes se espalhou por todos os cantos do mundo. |
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Mercadores de Café - Sec. XIV |
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Colheita de café - quadro de Johann Moritz Rugendas |
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Segure uma xícara exalando o aroma de um bom café e você estará com a história em suas mãos. |
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Apenas um pequeno gole dessa saborosa
bebida fará com que você possa fazer parte de uma enorme cadeia de
produção, romantismo e lances de muito arrojo, iniciada há mais de mil
anos na Etiópia. |
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O hábito de tomar café foi
desenvolvido na cultura árabe. No início, o café era conhecido apenas
por suas propriedades estimulantes e a fruta era consumida fresca,
sendo utilizada para alimentar e estimular os rebanhos durante viagens.
Com o tempo, o café começou a ser macerado e misturado com gordura
animal para facilitar seu consumo durante as viagens. |
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Em 1000 d.C., os árabes
começaram a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as em água.
Somente no século XIV, o processo de torrefação foi desenvolvido, e
finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de
hoje. A difusão da bebida no mundo árabe foi bastante rápida. O café
passou a fazer parte do dia-a-dia dos árabes sendo que, em 1475, até
foi promulgada uma lei permitindo à mulher pedir o divórcio, se o
marido fosse incapaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida. A
admiração pelo café chegou mais tarde à Europa durante a expansão do
Império Otomano. |
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Preparo da bebida café |
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Transporte de café entre cidades árabes |
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Foi em Meca que surgiram as
primeiras cafeterias, conhecidas como Kaveh Kanes. Cidades como Meca,
eram centros religiosos para reza e meditação e a religião muçulmana
proibia o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica. Desta forma, os
Kaveh Kanes se transformaram em casas onde era possível se passar à
tarde conversando, ouvindo música e bebendo café. A bebida conquistou
Constantinopla, Síria e demais regiões próximas. As cafeterias
tornaram-se famosas no Oriente pelo seu luxo e suntuosidade e pelos
encontros entre comerciantes, para a discussão de negócios ou reuniões
de lazer. |
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Casa de café em Constantinopla |
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Casa de café na Turquia - início do século XVIII |
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O café conquistou
definitivamente a Europa a partir de 1615, trazido dos países árabes
por comerciantes italianos. O hábito de tomar o café, principalmente em
Veneza, estava associado aos encontros sociais e à música que ocorriam
nas alegres Botteghe Del Caffè. Em 1687 os turcos abandonaram várias
sacas de café às portas de Viena, após uma tentativa frustrada de
conquista, e estas foram usadas como prêmio pela vitória. Assim é
aberta a primeira coffee house de Viena e difundido o hábito de coar a
bebida e bebê-la adoçada com leite - o famoso café vienense. |
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As cafeterias
desenvolveram-se na Europa durante o século XVII, enquanto florescia o
Iluminismo e se planejava a Revolução Francesa. Durante tardes
inteiras, jovens reuniam-se em torno de várias xícaras de café,
discutindo o destino das nações, declamando poemas, lendo livros ou
simplesmente passando o tempo. Atualmente, algumas casas famosas como o
Café Procope, em Paris, e o Café Florian, em Veneza, ainda preservam o
glamour dessa época. |
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Comércio de café entre árabes e europeus - 1690 |
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Hábito de consumo de café se espalha pela Europa - 1730 |
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Cafeteria - Europa, século XVIII |
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Cafeteria - Europa, século XIX |
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Café em Veneza |
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Café em Veneza |
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Até hoje os cafés são
locais onde pessoas se reúnem para discutir assunto importantes ou
simplesmente passar o tempo, sendo o ritual do cafezinho uma tradição
que sobreviveu a todas as transformações. |
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Nos últimos anos, houve uma
onda provocada pelas modernas máquinas de café expresso, que
revolucionaram o hábito do cafezinho, permitindo um crescimento
vertiginoso das cadeias de lojas de café. |
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Antiga máquina de expresso |
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A técnica de gerenciamento
por meio do sistema de licença da marca também permitiu um rápido
desenvolvimento dessas lojas especiais, voltadas para um mercado mais
exigente, o de café Gourmet. |
O café chegou ao norte do
Brasil, mais precisamente em Belém, em 1727, trazido da Guiana Francesa
para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do
governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa
missão. Já naquela época o café possuía grande valor comercial. |
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Francisco de Mello Palheta |
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Palheta aproximou-se da
esposa do governador de Caiena, capital da Guiana Francesa, conseguindo
conquistar sua confiança. Assim, uma pequena muda de café Arábica foi
oferecida clandestinamente e trazida escondida na bagagem desse
brasileiro. |
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Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café
se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado
doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão,
Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num espaço de
tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente
secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se
com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais,
sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que
visou a produção de riquezas. |
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Em condições favoráveis a cultura se estabeleceu
inicialmente no Vale do Rio Paraíba, iniciando em 1825 um novo ciclo
econômico no país. No final do século XVIII, a produção cafeeira do
Haiti -- até então o principal exportador mundial do produto -- entrou
em crise devido à longa guerra de independência que o país manteve
contra a França. Aproveitando-se desse quadro, o Brasil aumentou
significativamente a sua produção e, embora ainda em pequena escala,
passou a exportar o produto com maior regularidade. Os embarques foram
realizados pela primeira vez em1779, com a insignificante quantia de 79
arrobas. Somente em 1806 as exportações atingiram um volume mais
significativo, de 80 mil arrobas. |
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Fazenda de café - Brasil, final do século XVIII |
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Armazenagem de café - Brasil, século XIX |
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Por quase um século, o café
foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia
cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas
relações internacionais de comércio. A cultura do café ocupou vales e
montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de
importantes centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo,
sul de Minas Gerais e norte do Paraná. Ferrovias foram construídas
para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte
animal e impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes
mercadorias. O café trouxe grandes contingentes de imigrantes,
consolidou a expansão da classe média, a diversificação de
investimentos e até mesmo intensificou movimentos culturais. A partir de
então o café e o povo brasileiro passam a ser indissociáveis. |
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A riqueza fluía pelos cafezais, evidenciada nas
elegantes mansões dos fazendeiros, que traziam a cultura européia aos
teatros erguidos nas novas cidades do interior paulista. Durante dez
décadas o Brasil cresceu, movido pelo hábito do cafezinho, servido nas
refeições de meio mundo, interiorizando nossa cultura, construindo
fábricas, promovendo a miscigenação racial, dominando partidos
políticos, derrubando a monarquia e abolindo a escravidão. |
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Além de ter sido fonte de muitas das nossas riquezas, o
café permitiu alguns feitos extraordinários. Durante muito tempo, o
café brasileiro mais conhecido em todo o mundo era o tipo Santos. A
qualidade do café santista e o fato de ser um dos principais portos
exportadores do produto, determinou a criação do Café Tipo Santos. |
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Implantado com o mínimo de
conhecimento da cultura, em regiões que mais tarde se tornaram
inadequadas para seu cultivo, a cafeicultura no centro-sul do Brasil
começou a ter problemas em 1870, quando uma grande geada atingiu as
plantações do oeste paulista provocando prejuízos incalculáveis. |
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Depois de uma longa crise, a
cafeicultura nacional se reorganizou e os produtores, industriais e
exportadores voltaram a alimentar esperanças de um futuro melhor. A
busca pela região ideal para a cultura do café se estendeu por todo o
país, se firmando hoje em regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais,
Paraná, Espírito Santo, Bahia e Rondônia. O café continua hoje, a ser
um dos produtos mais importantes para o Brasil e é, sem dúvida, o mais
brasileiro de todos. Hoje o país é o primeiro produtor e o segundo
consumidor mundial do produto. |
O primeiro plantio ocorreu em 1727, no Pará. Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente. |
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O ponto de partida das
grandes plantações foi o Rio de Janeiro, com as matas da Tijuca
tornando-se grandes cafezais. O café estende-se para Angra dos Reis,
Parati e chegou a São Paulo por Ubatuba. Em pouco tempo, o vale do rio
Paraíba se tornou a grande região produtora da lavoura cafeeira no
Brasil. Esta região com altitude e clima excelentes para o cultivo,
possibilitou o surgimento de uma área centralizadora de culturas e
população. Subindo pelo rio, o café invadiu a parte oriental da
província de São Paulo e a região da fronteira de Minas Gerais. Na
época o Rio de Janeiro era o porto de escoamento do produto e centro
financeiro. |
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Entretanto, a cultura do
café em áreas com declive acentuado e o total descuido quanto à
preservação do solo gerou uma erosão intensa. Por este motivo, as
terras se esgotaram rapidamente e a cultura cafeeira migrou para um
outro local, o oeste da província de São Paulo, centralizando-se em
Campinas e estendendo-se até Ribeirão Preto. |
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Campinas passou a ser então
o grande pólo produtor do país. As culturas estendiam-se em largas
superfícies uniformes, cobrindo a paisagem a perder de vista, formando
os famosos "mares de café". Na região, os cafezais sofriam menos com
esgotamento dos solos pela superfície plana da região, que facilitava
ainda a comunicação e o transporte e proporcionava uma concentração da
riqueza. Enquanto no Vale do Paraíba foi estabelecido um sistema
complexo de estradas férreas, nessa nova região foi implantada uma boa
rede de estradas rodoviárias e ferroviárias. Com este novo pólo
produtor, o café mudou seu centro de escoamento, sendo toda a produção
do oeste paulista enviada a São Paulo e depois exportada a partir do
porto de Santos. |
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Transporte de café pela ferrovia Santos-Jundiaí - 1860 |
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Embarque de café no Porto de Santos - 1908 |
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Pregão na Bolsa do Café, em Santos (atual Museu do Café) |
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A cafeicultura no centro-sul do Brasil enfrentou
problemas em 1870, quando uma grande geada atingiu as plantações do
oeste paulista provocando grandes prejuízos, e, mais tarde, durante a
crise de 1929. No entanto, após se recuperar das crises, a região se
manteve como importante centro produtor. Nela se destacam quatro
estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná.
Como a busca pela região ideal para a cultura do café cobriu todo o
país, a Bahia se firmou como pólo produtor no Nordeste e a Rondônia na
região Norte. |
As plantações de café foram fundadas em grandes
propriedades monoculturais trabalhadas por escravos, substituídos mais
tarde por trabalhadores assalariados: as grandes fazendas de café. |
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Estas fazendas ficaram famosas por sua arquitetura
típica e seus equipamentos. Tanques em que o grão é lavado logo depois
da colheita, terreiros para secagem, máquinas de seleção e
beneficiamento fazem parte desse ambiente. A senzala dos escravos ou
colônias de trabalhadores livres finalizam a caracterização das
fazendas cafeeiras. A fazenda de café, desde a semente até a xícara,
era um pequeno mundo, quase isolado. |
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Sede de antiga fazenda de café |
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Terreiro de antiga fazenda de café |
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O desenvolvimento da produção cafeeira esteve
intimamente relacionado com a quantidade de mão-de-obra disponível.
Para incentivar a produção de café, a administração do Estado de São
Paulo fez da questão imigratória o projeto central de suas atividades,
estabelecendo um sistema que oferecia auxílio formal à imigração
européia, principalmente à italiana. Por meio de um programa que
cuidava da propaganda em seu país de origem, os imigrantes eram
trazidos desde seu domicílio na Europa até a fazenda de café. A
imigração ajudou na conquista de áreas ainda não exploradas, permitindo
rápido desenvolvimento do Estado de São Paulo. |
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Com a mão-de-obra imigrante
a cultura ganhou impulso e durante três quartos de século, quase toda
riqueza do país se concentrou na agricultura cafeeira. O Brasil
dominava 70% da produção mundial e ditava as regras do mercado. Nessa
época os fazendeiros de café se tornaram a elite social e política,
formando umas das últimas aristocracias brasileiras. A opulência dos
plantadores de café permitiu a construção dos grandes e bonitos
casarões das fazendas e de mansões na cidade de São Paulo e financiou a
industrialização no sudeste do país. |
Que coisa linda e mais cheia de sabor e saber! O blog realmente acertou na matéria e na estampa! Um casamento perfeito de informação entre texto e imagem! Eu sou suspeito de falar pois amo café! Fantástico! A gente fica até emocionado! Gostei muito Andréa!
ResponderExcluirOidê Carvalho de Moura - professor de História e Filosofia CEM Florêncio Aires.