Na verdade, o mito da alma gêmea foi criado por Platão que em seu
livro O Banquete tenta definir o que é o amor. E nessa busca, muitos
convidados de uma festa, cada um por vez, faz um elogio ao deus Eros
(deus do amor).
No entanto, um dos momentos mais fascinantes do texto é quando toma a
palavra o comediógrafo Aristófanes. Ele faz um discurso belo e que se
imortalizou como a teoria da alma gêmea.
Aristófanes começa dizendo que no início dos tempos os homens eram
seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que
permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem.
Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram
subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus
lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar
os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os
homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que
cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o
lado da fenda para que observassem o poder de Zeus.
Vale notar que Platão vai utilizar uma linguagem poética-imagética
para poder refutar essa teoria, mas no fundo, a plasticidade do texto é
que ficou na tradição como a obra mais bela que explica sobre o amor.
Isso inspirou os movimentos românticos em todas as suas fases na
modernidade.
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