PROFESSORA ANDRÉA

sábado, 28 de setembro de 2013

EQUIPE CEM PROFESSOR FLORÊNCIO AIRES PRESTIGIA 7ª PRIMAVERA DOS MUSEUS

  


Na noite de dia 25 de setembro de 2013, os estudantes do 3º MB 33.05 - Noturno puderam prestigiar a 7ª Semana Primavera dos Museus realizado no Museu Histórico de Porto Nacional acompanhados pelos professores Andréa Siqueira Melo e Oidê Carvalho de Moura e da diretora do CEM Professor Florêncio Aires Lúzia Maria Tavares Maciel Luz Costa juntamente com a Coordenadora de Apoio Eliana Lopes Ferreira Saraiva.


O evento teve como programação abertura com a Banda de Música Mestre Adelino, leitura de poema sobre Patrimônio Histórico, palestra proferida pela Secretária Municipal de Cultura Vita Parrião, Roda de Sússia, Capoeira, Desfile de Beleza com o tema Afrodescendentes e culinária típica do Tocantins, além de palavras de incentivo do Diretor de Cultura do Tocantins Dr. Célio Pedreira. 


Integrando a agenda anual do Ibram Instituto Brasileiro de Museus, a Primavera dos Museus acontece sempre no início da primavera e nos mesmos moldes da Semana Nacional de Museus, cujo propósito é mobilizar os museus brasileiros a partir de um esforço de concentração de suas programações em torno de um mesmo tema. De 23 a 29 de setembro de 2013, realizou-se sua 7ª edição, cujo tema norteador é Museus, Memória e Cultura Afro-brasileira.
 

Metas: mobilizar os museus brasileiros a desenvolver atividades especiais (como exposições, palestras, oficinas, seminários, ações educativas) em torno de um mesmo tema.

 
Resultados:Sensibilizar os museus e a comunidade para o debate sobre temas da atualidade,  Estimular a visitação a museus e incentivar a aproximação entre sociedade e museus.
Texto: Oidê Carvalho de Moura

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Kingdom of Heaven - Cruzada

Kingdom of Heaven (br: Cruzada / pt: Reino dos Céus) é uma co-produção cinematográfica que tem por tema a retomada de Jerusalém pelos muçulmanos, em 1187. Foi filmada em Marrocos e lançada em 6 de maio de 2005.

A ação se passa no final do século XII, época em que o sultão Saladino, (de origem curda), reconquista a cidade de Jerusalém (1187), que os cristãos da Primeira Cruzada (1090) haviam tornado capital de seu Reino Latino.
No filme, o personagem principal, Balian, é um bastardo ferreiro francês, que se torna cavaleiro e barão de Ibelin (um feudo na Terra Santa), graças à inesperada visita de seu genitor, o nobre Godfrey de Ibelin. Após a morte do pai, ele viaja para Jerusalém e, no caminho, mata, em duelo singular, um experiente guerreiro muçulmano, apesar de só ter tido algumas poucas horas de treinamento no uso da espada. Em Jerusalém, Balian toma posse de seu feudo, torna-se amigo do rei-leproso, Balduíno IV, e do conselheiro real, Tiberias, conde de Trípoli, e ainda namora a bela Sybilla, esposa insatisfeita do prepotente Guy de Lusignan.
A verdade histórica é que Balian nunca foi ferreiro, nem precisou viajar para a Palestina, pois já estava lá àquela época. Era um dos três filhos do barão Balian (e não Godfrey), e sua família (de origem francesa ou normando-siciliana) participava da Alta Corte do Reino Latino. Também não teve um caso com a princesa Sybilla, que era irmã do rei-leproso e mãe do herdeiro do trono, Baldwin V (ainda criança e solenemente omitido no filme). Segundo o historiador árabe, Ali ibn al-Athir, Sybilla apaixonou-se "por um recém-chegado do Ocidente, um certo Guy (de Lusignan). Ela o esposou e, com a morte prematura de Baldwin V, colocou a coroa na cabeça do marido".
No filme, o conde de Trípoli (Tiberias), que é o artífice da política de coexistência pacífica com o sultão Saladino, abandona Jerusalém quando Guy sobe ao trono e conduz os cristãos à desastrosa batalha de Hattin. Mas Ibn al-Athir nos exibe outra imagem do conde: "ele era muito ambicioso e desejava ardentemente tornar-se rei". Durante algum tempo, o conde (cujo nome real era Raymond) foi regente do rei-menino, Baldwin V, mas perdeu prestígio com a ascensão de Guy, o que lhe gerou tanto rancor que escreveu a Saladino oferecendo-lhe sua amizade, em troca do trono de Jerusalém. O máximo que conseguiu foi ter sua fuga para Trípoli garantida pelo sultão.
O grande vilão do filme é Reynald de Chatillon, cavaleiro da Ordem dos Templários, responsável pelo ataque a uma caravana muçulmana, fato que levou ao rompimento da trégua construída por Baldwin IV e conseqüente investida de Saladino contra Jerusalém. Após a batalha de Hattin, ele é aprisionado (juntamente com Guy) e morto pelo próprio sultão, sendo este um dos poucos pontos em que a realidade histórica e o filme de Scott não conflitam. Segundo o escritor Imadeddin al-Asfahami, conselheiro de Saladino, que assistiu ao fato, "a cabeça de Reynald foi cortada e o seu corpo arrastado diante do rei Guy, que começou a tremer".
Balian foi, realmente, o responsável pela defesa de Jerusalém, como mostra o filme. O cerco da cidade durou de 20 a 29 de setembro de 1187 e terminou com um acordo entre Balian e Saladino. No filme, o cristão entrega Jerusalém em troca de salvo-conduto gratuito para todos os seus habitantes, depois de ameaçar destruir os "lugares santos" da cidade. A verdade histórica é que, além disso, ele ameaçou matar todos os cinco mil muçulmanos que viviam em Jerusalém. Por outro lado, o acordo não saiu de graça: Saladino cobrou um resgate de cada pessoa a quem garantiu salvo-conduto.
O filme se encerra com Balian retornando à França, na companhia de Sybilla. A realidade é que ele partiu sozinho para Tiro, ao encontro de sua verdadeira esposa.

Dica de Filme: Cruzada (Idade Média)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

CORAÇÃO VALENTE - TRAILER

Dica de filme: Idade Média - Coração Valente

Coração Valente
O filme retrata a figura histórica de William Wallace, guerreiro, patriota escocês e herói medieval. O realizador tenta conferir ao protagonista uma faceta mais romântica e idealista e menos sanguinária.
A ação situa-se em finais do século XIII, tempo em que os rebeldes escoceses lutavam contra o domínio do rei inglês Eduardo I.
Depois de, ainda criança, ter assistido à morte de seu pai às mãos do exército inglês, William é acolhido por um tio que lhe dá uma educação esmerada e erudita. Depois de percorrer o mundo, volta à sua Escócia natal e apaixona-se por uma jovem camponesa. Para escapar à deliberação real de que um senhor feudal inglês tinha direito a dormir com uma noiva no dia do seu casamento (direito de prima nocte), contraem matrimónio secretamente. Contudo, a sua mulher é morta por um nobre inglês e, no decorrer da vingança, Wallace assume o comando de um pequeno exército de camponeses com o intuito de lutar pela soberania da Escócia. Chega mesmo a derrotar o poderoso exército inglês na Batalha de Stirling Bridge, mas fracassa em conseguir o apoio dos nobres líderes dos clãs escoceses mais interessados em manter as suas regalias junto da coroa inglesa.
Apesar da ajuda da Princesa Isabelle, nora do rei inglês, Wallace é traído pelos nobres escoceses e é aprisionado pelos ingleses. É torturado e executado em praça pública sem nunca renegar a legitimidade da sua luta.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DOCUMENTÁRIO - INQUISIÇÃO (Discovery Channel)

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=BIIoLzJlUKw

DOCUMENTÁRIO - OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=od6akByxN9I

DOCUMENTÁRIO - A PESTE NEGRA (History Channel)

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=_kPV3AgV7ZU

DOCUMENTÁRIO - IDADE MÉDIA (History Channel)

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nlgM_aYgIMw

IDADE MÉDIA

A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna

A Idade Média é o período intermédio da divisão clássica da História ocidental em três períodos: a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna, sendo frequentemente dividido em Alta e Baixa Idade Média.

Durante a Alta Idade Média verifica-se a continuidade dos processos de despovoamento, regressão urbana, e invasões bárbaras iniciadas durante a Antiguidade tardia. Os ocupantes bárbaros formam novos reinos, apoiando-se na estrutura do Império Romano do Ocidente. No século VII, o Norte de África e o Médio Oriente, que tinham sido parte do Império Romano do Oriente tornam-se territórios islâmicos depois da sua conquista pelos sucessores de Maomé. O Império Bizantino sobrevive e torna-se uma grande potência. No Ocidente, embora tenha havido alterações significativas nas estruturas políticas e sociais, a rutura com a Antiguidade não foi completa e a maior parte dos novos reinos incorporaram o maior número possível de instituições romanas pré-existentes. O cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. Durante os séculos VII e VIII, os Francos, governados pela dinastia carolíngia, estabeleceram um império que dominou grande parte da Europa ocidental até ao século IX, quando se desmoronaria perante as investidas de Vikings do norte, Magiares de leste e Sarracenos do sul.

Durante a Baixa Idade Média, que teve início depois do ano 1000, verifica-se na Europa um crescimento demográfico muito acentuado e um renascimento do comércio, à medida que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e colheitas. É durante este período que se iniciam e consolidam as duas estruturas sociais que dominam a Europa até ao Renascimento: o senhorialismo – a organização de camponeses em aldeias que pagam renda e prestam vassalagem a um nobre – e o feudalismo — uma estrutura política em que cavaleiros e outros nobres de estatuto inferior prestam serviço militar aos seus senhores, recebendo como compensação uma propriedade senhorial o direito a cobrar impostos em determinado território. As Cruzadas, anunciadas pela primeira vez em 1095, representam a tentativa da cristandade em recuperar dos muçulmanos o domínio sobre a Terra Santa, tendo chegado a estabelecer alguns estados cristãos no Médio Oriente. A vida cultural foi dominada pela escolástica, uma filosofia que procurou unir a fé à razão, e pela fundação das primeiras universidades. A obra de Tomás de Aquino, a pintura de Giotto, a poeasia de Dante e Chaucer, as viagens de Marco Polo e a edificação das imponentes catedrais góticas estão entre as mais destacadas façanhas artísticas deste período.

Os dois últimos séculos da Baixa Idade Média ficaram marcados por várias guerras, adversidades e catástrofes. A população foi dizimada por sucessivas carestias e pestes; só a Peste Negra foi responsável pela morte de um terço da população europeia entre 1347 e 1350. O Grande Cisma do Ocidente no seio da Igreja teve consequências profundas na sociedade e foi um dos fatores que esteve na origem de inúmeras guerras entre estados. Assistiu-se também a diversas guerras civis e revoltas populares dentro dos próprios reinos. O progresso cultural e tecnológico transformou por completo a sociedade europeia, concluindo a Idade Média e dando início à Idade Moderna.

A estrutura política da Europa Ocidental alterou-se significativamente com o fim da união do Império Romano. Embora as atividades dos povos bárbaros sejam frequentemente descrita como "invasões", não se trataram de meras campanhas militares, mas sim migrações de populações inteiras para o território do império. A migração foi facilitada pela recusa das elites romanas em financiar o seu exército.35 Os imperadores do século V eram na maior parte dos casos controlados por militares influentes como Estilicão, Ricimero, Gundebaldo ou Aspar, quase sempre estrangeiros ou de ascendência estrangeira. Após a interrupção da linha de sucessão, muitos dos reis que os substituíram provinham igualmente de forças militares. Era também comum o casamento entre os novos reis e as elites romanas locais.36 Isto deu origem a uma incorporação gradual dos hábitos das tribos invasoras na cultura romana, incluindo assembleias populares que permitiram aos líderes tribais ter uma voz activa em matérias políticas.37 Os artefactos deixados por Romanos ou pelos invasores são na sua maioria similares, sendo nítida a inspiração dos objectos tribais nos modelos romanos.38 De igual modo, a maior parte da cultura intelectual dos novos reinos baseava-se directamente nas tradições intelectuais romanas.39 No entanto, uma diferença substancial foi a perda gradual de rendimento tributário em função das novas políticas. Muitas das novas instituições governativas já não financiavam os seus exércitos com o dinheiro proveniente de impostos, mas com a atribuição de terras ou senhorios. Isto levou ao desaparecimento do sistema de colecta de impostos, uma vez que deixou de haver necessidade para cobranças ou cálculos de grande envergadura.40 O belicismo era comum entre reinos e dentro dos próprios reinos. A escravatura entrou também em declínio, à medida que a oferta se reduzia e a sociedade se tornava cada vez mais rural.41

Alta Idade Média


Europa em 526: a Europa Ocidental, antes controlada majoritariamente pelo Império Romano, neste momento estava dividida entre os povos bárbaros que ali se assentaram durante o século V.
Entre os séculos V e VIII, uma nova vaga de governantes preenche o vazio político deixado pela administração central romana.39 Os Ostrogodos estabelecem-se na província romana de Itália no fim do século V, sob o comando de Teodorico, e dão início a um reino notável pela cooperação entre Itálicos e Ostrogodos, pelo menos durante o seu reinado.42 Os burgúndios estabelecem-se na Gália, e depois de um primeiro reino dizimado pelos Hunos em 436, formam um novo na década de 440 entre a actual Genebra e Lyon, e que durante o início do século VI se viria a tornar num dos mais influentes reinos da região. No norte da Gália, os Francos e os Bretões formam pequenos reinos. O Reino Franco centra-se no noroeste da Gália e o primeiro reinante do qual se possui informação relevante é Childerico I, que viria a morrer em 481.nt 4 Durante o reinado do seu filho, Clóvis I, o reino franco expande-se e converte-se ao cristianismo. Os Bretões, procedentes da Britânia, estabelecem-se no que é hoje a Bretanha.44 Os Visigodos estabelecem o seu reino em grande parte da Península Ibérica, sendo o noroeste peninsular ocupado pelo reino suevo e o norte de África pelo reino vândalo.45 Durante o século VI, os Lombardos estabelecem-se no norte de Itália, substituindo o reino ostrogodo por um grupo de ducados responsáveis pela eleição de um rei comum. Por volta do fim do século VI, este sistema foi substituído por uma monarquia permanente.46

A migração europeia significou uma alteração profunda do mapa demográfico da Europa, embora o povoamento não tenha sido homogéneo. Algumas regiões, como a península Ibérica, albergaram um número de colonos muito maior quando comparado com outras regiões. A ocupação da Gália foi também muito maior e mais densa no noroeste do que no sudeste. Os povos Eslavos ocuparam a Europa Central e de Leste até à península Balcânica. Esta migração foi também acompanhada por alterações profundas na língua. O latim, língua oficial do Império Romano do Ocidente, foi gradualmente substituído por várias línguas de raiz latina, embora já bastante distintas, denominadas coletivamente por línguas românicas. No entanto, a evolução do Latim para as novas línguas como o francês, português ou romeno foi um processo que ocorreu ao longo de séculos, e atravessou uma série de fases. O grego permaneceu como língua oficial do Império Bizantino, mas as migrações dos Eslavos permitiram a assimilação de línguas eslavas no leste europeu.47


Baixa Idade Média

Durante toda a Baixa Idade média, e até ao surto epidémico do século XIV, a população Europeia cresceu a um ritmo sem precedentes. Estimativas apontam para um crescimento de 35 para 80 milhões entre os anos 1000 e 1347. Têm sido identificadas como causas prováveis a melhoria nas técnicas agrícolas, a relativa paz e ausência de invasões, o declínio da escravatura e um extenso período de clima moderado e aumento da temperatura média.131 Apesar deste crescimento, cerca de 90% da população era ainda eminentemente rural embora, de forma progressiva, as quintas isoladas tenham dado lugar a pequenas comunidades como aldeias ou vilas, e tenha sido comum a agregação em volta de propriedades senhoriais.132 A população urbana, ainda muito escassa durante a Alta Idade Média, cresce assinalavelmente durante os séculos XII e XIII, a par da expansão urbana e da fundação de imensos centros populacionais.133

A estrutura social e económica tinha por base as relações feudais. A nobreza detinha os direitos de exploração e tributação de grande parte dos terrenos agrícolas. Os servos obtinham o direito a cultivar e habitar as terras de determinada família nobre mediante o pagamento de uma renda na forma de trabalho, géneros ou moeda. Em troca, recebiam protecção económica e militar. 




Dentro da própria nobreza, verifica-se a existência de uma hierarquia de vassalagem através da suserania, onde são concedidas terras ou estruturas de importância económica para exploração a um nobre menor, em troca da sua vassalagem e fidelidade. Durante os séculos XI e XII, a posse destas terras, ou feudos, viria a ser considerada hereditária. No entanto, ao contrário do que sucedia na Alta Idade Média, a maioria dos feudos deixou de ser dividida entre todos os herdeiros para passar a ser herdada em exclusivo pelo filho varão.135 


O domínio da nobreza durante este período deve-se em grande parte ao controlo das terras agrícolas e dos castelos, ao serviço militar na cavalaria pesada e às várias isenções de impostos ou obrigações de que desfrutavam. A introdução da cavalaria pesada na Europa teve origem nos catafractários persas dos séculos V e VI, mas será a introdução do estribo no século VII que virá permitir fazer uso de todo o potencial de combate destas unidades. Em resposta aos vários tumultos dos séculos IX e X, assiste-se a um surto construtivo de castelos, local de refúgio da população em tempos de ataque.136

O clero dividia-se entre o secular, parte da comunidade local, e o regular, que vivia numa comunidade fechada segundo uma ordem religiosa.137 A maior parte dos membros do clero regular, assim como as hierarquias de topo do clero secular, era de origem nobre. Os párocos locais provinham na maior parte das vezes do povo.138




Na Flandres e no Norte e Centro de Itália, o crescimento de cidades que eram, até certo ponto, autónomas, proporcionou um significativo desenvolvimento económico e criou uma situação favorável ao aparecimento de novos modelos comerciais. As potências económicas ao longo do Báltico estabeleceram uma série de acordos que deram origem à Liga Hanseática, e as cidades-Estado italianas como Veneza, Génova e Pisa criaram uma imensa rede de rotas comerciais por todo o Mediterrâneo.139 Para além do desenvolvimento comercial, as inovações agrícolas e tecnológicas deste período vieram permitir o aumento da produtividade das explorações agrícolas, levando à criação de excedentes em abundância para trocas comerciais.140 Surgem também novos processos financeiros. Procede-se novamente à cunhagem de moeda em ouro, inicialmente em Itália e mais tarde em França e no resto da Europa. Surgem novas formas de contratos comerciais, permitindo a gestão de risco entre os mercadores. São aperfeiçoados os métodos de contabilidade e introduzidas as cartas de crédito que vieram permitir a rápida transacção monetária nas redes comerciais.141

Estados políticos

A Baixa Idade Média representa um período determinante de formação dos Estados ocidentais europeus. Os reinos de França, Inglaterra e Espanha consolidam o seu poder e definem centros de poder duradouros.142 Surgem também novas potências na Europa Central como a Hungria e Polónia, após sua conversão ao cristianismo.143 O Reino da Hungria teve origem nos Magiares, que se estabeleceram no território por volta do ano 900 durante o reinado de Árpád, depois do período de conquista do século IX.144 O papado, que até então sempre se manifestara independente dos reis seculares, começa a afirmar a sua autoridade temporal sobre a totalidade do mundo cristão. A monarquia papal atinge o seu apogeu durante o início do século XIII durante o pontificado do Papa Inocêncio III.145 As Cruzadas do Norte e o avanço dos reinos cristãos e ordens militares para regiões pagãs no Báltico e no norte da Escandinávia levou à assimilação forçada de inúmeros povos autóctones na Europa.146
Durante o início da Baixa Idade Média, a Alemanha foi dominada pela dinastia saxónica, que lutava ainda pelo controlo dos poderosos ducados locais formados durante as migrações bárbaras dos séculos anteriores. Em 1024, assume o poder a dinastia Saliana, que tinha já entrado em confronto aberto com o papado acerca de nomeações eclesiásticas durante o reinado do imperador Henrique IV. Os seus sucessores continuaram o clima de confronto, estendendo-o a parte da nobreza Germânica.147 Depois da morte do imperador Henrique V, o qual não havia deixado descendência, seguiu-se um período de instabilidade até ao reinado de Frederico I, que toma posse do trono imperial durante o fim do século XII.148 Embora o seu reinado tenha sido estável, os seus sucessores enfrentam o mesmo clima de instabilidade ainda durante o século XIII.149 Um dos fatores de maior instabilidade foi a constante ameaça e invasão dos Mongóis no território europeu em meados do século XIII, desde as primeiras incursões no Principado de Kiev até as invasões da Europa de Leste em 1241, 1259 e 1287.150

Dominada pela dinastia capetiana, a corte francesa aumenta gradualmente a sua influência sobre a nobreza, permitindo-lhe exercer maior controlo nos territórios para além da Ilha de França do que durante os séculos XI e XII.151 No entanto, encontrariam resistência por parte dos Duques da Normandia, que em 1066 tinham já subjugado grande parte de Inglaterra e criado um império em ambas as margens do canal que duraria até ao fim da Idade Média.152 153 Durante a dinastia Plantageneta do rei Henrique II e dos seus sucessores, o reino dominaria a totalidade de Inglaterra e grande parte de França.154 No entanto, viria a perder a Normandia e a maior parte das possessões do Norte de França durante o reinado de João I em 1204. Isto esteve na origem de divergências entre a nobreza Inglesa, ao mesmo tempo que as obrigações financeiras decorrentes da tentativa de reconquista da Normandia obrigaram o rei a assinar em 1215 a Magna Carta, um documento que limitaria o poder absoluto do rei e foi o primeiro passo de um longo processo que levaria ao parlamentarismo. Durante o reinado de Henrique III, foram feitas ainda mais concessões de poder à nobreza e diminuído o poder da corte.155 A monarquia francesa, no entanto, continuaria a fortalecer a sua influência perante a nobreza durante o século XIII, centralizando a administração e aumentando o número de territórios que directamente controlava.156 Além da sua expansão para Inglaterra, os Normandos chegaram a estabelecer colónias na Sicília e no sul de Itália, depois de Roberto de Altavila ter desembarcado no território em 1509 e estabelecido um ducado que mais tarde se tornaria o Reino da Sicília.157


Cruzadas

Durante o século XI, a dinastia seljúcida viria a dominar grande parte do Médio Oriente, conquistando os antigos territórios persas na década de 1040, a Arménia na década de 1060, e a cidade de Jerusalém em 1070. Em 1071, o exército turco derrotou o exército bizantino durante a Batalha de Manziquerta, capturando o imperador bizantino Romano IV. Isto possibilitou aos Turcos a invasão da Ásia Menor, o que constituiu um golpe severo no Império Bizantino ao retirar-lhe grande parte da população e o seu centro económico. 


Embora o exército bizantino se tenha reorganizado, nunca chegaria a recuperar a Ásia Menor e só efectuaria acções defensivas. Os próprios Turcos vieram a enfrentar dificuldades na manutenção do território, perdendo o domínio de Jerusalém para o Califado Fatímida do Egipto e assistindo ao espoletar de várias guerras civis no seu interior.159





As Cruzadas pretendiam libertar Jerusalém do domínio muçulmano. A primeira Cruzada foi promovida pelo Papa Urbano II durante o Concílio de Clermont em 1095 como resposta a um pedido de ajuda do imperador bizantino Aleixo I Comneno para conter o avanço muçulmano na região. O Papa prometeu indulgências a todos os que tomassem parte, tendo sido mobilizadas milhares de pessoas na Europa, de todas as classes sociais. Jerusalém foi conquistada pelos cruzados em 1099, tendo também sido estabelecidos uma série de estados cruzados na região. Durante os séculos XII e XIII, houve uma série de conflitos entre estes estados e os territórios islâmicos circundantes, o que levou à convocação de novas cruzadas em seu auxílio,160 ou para reconquistar Jerusalém, que entretanto tinha sido novamente capturada por Saladino em 1187.161 As ordens religiosas militares, como os Templários ou os Hospitalários, são formadas durante esta época, e viriam a desempenhar um papel fundamental na consolidação e estabilização dos territórios reconquistados.162 No ano de 1204, a Quarta Cruzada conquista a cidade de Constantinopla estabelecendo o que viria a ser o Império Latino de Constantinopla163 e enfraquecendo consideravelmente a posição do Império Bizantino que, embora voltasse a conquistar Constantinopla em 1261, nunca chegaria a restabelecer o glória dos séculos anteriores.164 No entanto, em 1291 todos os estados cruzados tinham já sido capturados ou forçados a deslocar-se para territórios insulares.165


O poder papal convocou também cruzadas para outras regiões além da Palestina, tendo sido proclamadas para a península Ibérica, sul de França e ao longo do Báltico.160 As cruzadas na península Ibérica estão interligadas com o processo de Reconquista do território aos muçulmanos. A participação da Ordem dos Templários e da Ordem dos Hospitalários serviu como modelo para a fundação de várias ordens militares locais, a maior parte delas mais tarde integradas nas duas ordens que viriam a ser dominantes no início do século XII, a Ordem de Calatrava e de Santiago.166 A Europa do Norte, que tinha permanecido fora da influência do mundo cristão até ao século XI, foi também palco de movimentos de conquista entre os séculos XII e XIV que viriam a ser conhecidos como Cruzadas do Norte. Este movimento deu também origem a várias ordens militares, entre elas os Irmãos Livônios da Espada e a Ordem dos Cavaleiros Teutónicos. Esta última, apesar de fundada nos estados cruzados, foi sobretudo activa na área do Báltico a partir de 1225, mudando em 1309 a sua sede para o Castelo de Malbork na Prússia.167