Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca,1 foi uma poetisa portuguesa.
A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa,
inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar
em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade2 e panteísmo.
Autora poli-facetada: escreveu poesia, contos, um diário e epístolas;
traduziu vários romances e colaborou ao longo da sua vida em revistas e
jornais de diversa índole, Florbela Espanca antes de tudo é poetisa. É à
sua poesia, quase sempre em forma de soneto,
que ela deve a fama e o reconhecimento. A temática abordada é
principalmente amorosa. O que preocupa mais a autora é o amor e os
ingredientes que romanticamente lhe são inerentes: solidão, tristeza,
saudade, sedução, desejo e morte. A sua obra abrange também poemas de
sentido patriótico, inclusive alguns em que é visível o seu patriotismo
local: o soneto "No meu Alentejo" é uma glorificação da terra natal da
autora.
Somente duas antologias, Livro de Mágoas (1919) e Livro de Sóror Saudade (1923), foram publicadas em vida da poetisa. Outras, Charneca em Flor (1931), Juvenília (1931) e Reliquiae (1934) saíram só após o seu falecimento. Toda a obra poética de Florbela foi reunida por Guido Battelli num volume chamado Sonetos Completos, publicado pela primeira vez em 1934. Em 1978 tinham saído 23 edições do livro.10
As peças anteriores às primeiras publicações da poetisa foram
reconstituídas por Mária Lúcia Dal Farra, que em 1994 editou o texto de Trocando Olhares.
A prosa de Florbela exprime-se através do conto (em que domina a
figura do irmão da poetisa), de um diário, que antecede a sua morte, e
em cartas várias. Algumas peças da sua correspondência são de natureza
familiar, outras tratam de questões relacionadas com a sua produção
literária, quer num sentido interrogativo quanto à sua qualidade, quer
quanto a aspetos mais práticos, como a sua publicação. Nas diferentes
manifestações epistolares sobressaem qualidades que nem sempre estão
presentes na restante produção em prosa - naturalidade e simplicidade.2
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