PROFESSORA ANDRÉA

domingo, 28 de julho de 2013

A cronologia do pensamento cético, agnóstico e ateu

Ao longo da História, com o surgimento da filosofia, desenvolveu-se a ideia por meio do uso da sistemática lógica que Deus não existiria. Com o questionamento das verdades religiosas cultuadas nas sociedades fez surgir várias teses que defendiam a inexistência de Deus. Passando pela simples análise de elementos que comprovariam a inexistência da divindade até uma profunda análise existencialista e antropológica das condições que levaram o homem a “criar Deus à sua imagem e semelhança”.

Pensadores da Antiguidade

Epicuro de Samos

Epicuro foi pensador grego que viveu no séc. IV a.C. Sua doutrina,era centrada na ideia que o homem busca a felicidade, e por isso deveria se afastar do sofrimento que era gerado pela não realização dos seus desejos. Fazendo uma comparação grosseira, a doutrina de Epicuro se assemelha a doutrina de Buda, uma vez que o foco é livrar o homem do sofrimento e fazê-lo atingir a felicidade. Na época de Epicuro, a religião estava altamente ligada ao Estado de modo com que ela tornou-se mais um meio de manipulação do que um conjunto de tradições preservadas pela sociedade. A população vivia uma fé supersticiosa baseada no temor do castigo divino.

Com isso Epicuro elaborou uma doutrina que negava a atuação dos deuses como seres controladores do destino dos homens. Mais tarde essa ideia de negar uma interação dos deuses com os homens, faria com que sua doutrina negasse em suma os deuses. Isso também ficou eternizado no famoso “Paradoxo de Epicuro”, onde o mesmo levanta a questão da contradição presente nos atributos de Deus, onde se a divindade tiver um de seus atributos, ele simplesmente não poderia possuir outro, logo não tendo esses atributos, não poderia ser considerado Deus, e assim não existiria.

Pirro de Éllis

Filósofo grego que viveu no séc. III a.C., Pirro é considerado o introdutor do pensamento ceticista no ocidente. Para esse pensador, o conhecimento absoluto das coisas é impossível uma vez que o homem não teria como ter uma convicção das suas crenças, desse modo, o conhecimento seria algo evolutivo, onde o filósofo deveria constantemente questionar os resultados obtidos para que assim ele não morresse na ignorância, uma vez que deixaria de desenvolver o processo da busca pelo conhecimento.

No campo da fé, Pirro esboça os primeiros elementos de um agnosticismo metodológico, uma vez que para ele, a afirmação de um conhecimento metafísico como sendo algo concreto levaria o indivíduo a mais completa atitude errônea. Desse modo a melhor postura para evitar uma angústia pela dúvida, seria abster-se de tomar posições em relação a questões metafísicas. Esse é o típico pensamento agnóstico, onde o indivíduo tendo consciência da impossibilidade do conhecimento das questões metafísicas, “abstém-se” do posicionamento a cerca dessas questões.

Carnéades

Considerado o primeiro filósofo a declarar oficialmente o ateísmo dentro da filosofia, Carnéades foi um filósofo grego que viveu no séc. II a.C. Influenciado pelas ideias epicuristas, esse filósofo era um crítico ferrenho da Escola Estoicista. Numa conferência em Roma junto com outros filósofos gregos influenciados pela Escola Peripatética, de afirmação ateísta, Cardéneades discursou sobre a Justiça como sendo uma realidade pessoal onde o que imperaria não seria um conceito concreto, muitas vezes dogmatizado como sendo uma virtude divina, mas sim uma convicção pessoal subjetiva. Desse modo, os deuses seriam um engodo para uma formatação de um comportamento social, que tendo consciência da existência de uma Justiça além da sua justiça pessoal, não ousaria desrespeitar as leis divinas, e com isso, poderiam ser manipulados indiscriminadamente pelos sacerdotes, que controlavam a religião.

Pensadores Iluministas

David Hume

Nascido na Escócia em 1771, esse filósofo, fundador do empirismo moderno, foi um importante pensador da epistemologia. Hume era um ferrenho crítico da religião. Organizador do pensamento agnóstico moderno, ele atestava sua crítica contra a religião no fato das crenças apresentarem uma variedade de doutrinas, onde uma anula a outra. Desse modo, não podendo estabelecer-se uma crença “verdadeira”, logo nenhuma crença poderia ser tomada como um fato, uma vez que ela é fruto da crença pessoal do indivíduo. Segundo ele “a mente humana mostra uma tendência maravilhosa para oscilar entre diferentes tipos de religião: eleva-se do politeísmo para o monoteísmo para voltar a afundar-se na idolatria". Com isso, a religião seria um mero conjunto de crenças individuais formalizadas numa doutrina oficial.

Na sua obra “A História Natural das Religiões”, Hume explana que as razões da crença estão no medo e na insegurança do homem em assumir suas responsabilidades diante dele mesmo, desse modo, o homem cria um mecanismo de defesa colocando sua inferioridade dele mesmo diante de Deus, assim criando uma esperança de que Deus melhore a vida desse mesmo homem por meio de milagres. Isso implica em outros dois pontos abordados por Hume: O livre arbítrio e a causalidade. O que seria uma contradição para a existência de Deus.

Denis Diderot

Um dos mais ferrenhos críticos da religião na França, Diderot foi um filósofo francês que viveu no séc. XVIII. Autor do famoso livro “A Religiosa”, que denunciava barbáries praticadas pela Igreja na época, possivelmente por meio desse livro influenciou o movimento anticlerical e antireligioso na Revolução Francesa, que por meio dessa, concretizou o movimento ateu moderno o qual negava Deus, diferente do ateísmo moderno que será anti-religioso. Devido às ideias de rompimento com o antigo sistema absolutista, onde a religião tornava-se um braço de manipulação social junto à nobreza monárquica, Diderot afirmou que "O homem só será livre quando o último déspota for estrangulado com as entranhas do último padre". Diderot seria um exemplo da evolução do pensamento que nega a existência de Deus, uma vez que inicialmente seu pensamento era baseado num deísmo clássico proposto pela filosofia Iluminista. Entretanto ao aprofundar suas críticas à religião, ele passou por uma fase de contestação pelo ceticismo, até culminar num ateísmo declarado por meio do materialismo.

Pensadores Modernos

Ludwig Feuerbach

Ludwig Feuerbach, filósofo alemão que viveu no séc. XIX, é considerado por muitos a pedra fundamental do ateísmo moderno, uma vez que ele influenciará um dos ateus mais famosos da história: Karl Marx. O pensamento de Feuerbach gira em torno da ideia de que Deus é a projeção exterior do desejo de perfeição do homem, que projeta na figura da divindade a imagem de um homem evoluído. Em sua obra mais famosa, “A Essência do Cristianismo”, Feuerbach expõe o pensamento teológico como sendo consequência de um fato antropológico, onde “o homem cria Deus à sua imagem e semelhança”.

Com isso, a religião seria o conjunto das crenças do homem onde ele sintetiza toda a sua angústia enquanto um ser imperfeito, e cria uma relação dele mesmo com a sua imagem projetada na divindade criada. Com isso a religião seria um meio de alienação pessoal que como consequência tornaria-se uma alienação social quando a religião passasse a ser manipulada para controlar a sociedade por meio de uma coação mais sutil do que por meio da norma positivada pelas leis. Esse pensamento iria influenciar a ideia que Karl Marx exprime na sua famosa frase onde ele diz que “a religião é o ópio do povo”.

Karl Marx

Um dos maiores filósofos da História, Karl Marx, é um ícone do ateísmo moderno fazendo com que sua famosa frase ecoe pelos quatro cantos do mundo. Nascido na Alemanha, Marx viveu no séc. XIX, onde influenciado pelas ideias de Hegel e Feuerbach, criaria o sistema filosófico chamado materialismo dialético. Para Marx, “o sofrimento religioso é ao mesmo tempo a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real”. Desse modo, a religião seria um modo do homem esquivar-se dos seus problemas reais depositando a resolução desses problemas nas mãos de Deus ou de santos, onde estes, por meio de uma troca, a fé que eles resolveriam os problemas, passam a ser agentes ativos numa possível solução para os problemas reais.

Para Marx, isto seria uma forma de alienação, pois o homem cria um mecanismo de defesa, advindo do seu medo de confrontar seus problemas, passando a ser um agente passivo no processo de evolução social. Com isso, a opressão e a exploração continuaria sem que o indivíduo se desse conta, pois a justificativa para continuar a lutar passivamente seria a fé na mudança mediante a ação de Deus naquele problema. E essa é justamente a ideia pregada pelas religiões. A impotência do homem diante dele mesmo por causa da sua condição inferior diante de Deus, logo a única maneira de mudar tudo isso seria confiando suas esperanças a Deus, que um dia mudaria essa situação. E por perpetuar essa situação de exploração junto à governos opressores, a religião deveria ser eliminada para que com isso o homem pudesse ser livre. Logo a negação de Deus seria uma atitude contra essa exploração, uma vez que tudo não passaria de um engodo para que o homem continuasse a ser explorado e que as classes dominantes continuassem no poder.

A sistematização dessas ideias estão presentes na obra “Uma contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”. Com essas ideias anti-clericais e anti-teístas, Marx influenciou uma série de pensadores modernos com o movimento filosófico do Marxismo onde uma de suas características seria a declaração explícita do ateísmo como uma forma de consciência individual. Desse modo, todas as revoluções de cunho marxista tenderiam a um combate político às religiões organizadas, o que foi erroneamente praticado, uma vez que essa atitude anti-clerical deveria ser baseada pela consciência do indivíduo, não por uma política estatal. Desse modo, ainda hoje, há uma associação deturpada entre o comunismo e o ateísmo como um sinônimo de perseguição religiosa.

Friedrich Nietzsche

Nietzsche, um dos mais famosos filósofos existencialistas, foi também um dos mais notórios críticos da religião cristã. Esse alemão que viveu no final do séc. XIX tem suas bases filosóficas assentadas em Immanuel Kant e em Platão. A ideia central de Nietzsche gira em torno da questão do ser humano enquanto um ser “esquecido de si”. Em outras palavras, o ser humano perdeu sua identidade enquanto sujeito ativo no processo de evolução da própria consciência e criou barreiras que o impedem de atingir esse fim. Uma dessas barreiras para Nietzsche era a religião.

Na sua famosa frase “Deus está morto”, o filósofo convida o homem a destruir todo o sistema moral e ético estabelecido pelo cristianismo, que agora se tornava uma barreira para a realização do ser humano enquanto sujeito pleno de si. Com isso ele propunha a “transmutação dos valores”, reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças do cristianismo. A religião tinha criado supertições, mitos e mecanismos de alienação que prendiam o homem numa rede de ilusões que o impediam de evoluir. Assim, a “morte de Deus” abriria caminho para novas possibilidades evolutivas. Os homens, não mais procurando vislumbrar uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer o valor deste mundo e por fim evoluirem tornando-se o “super-homem”, ou o “homem além do homem” e desse modo não precisando mais depender de Deus. Essa ideia de libertação gira em torno do fato do homem necessitar de leis divinas que o façam agir etica e moralmente por temor de uma condenação ou pelo interesse de ir para um paraíso.

Desse modo, o homem vive refém de uma ilusão alienadora criada por ele mesmo. E assim, com essa evolução de pensamento, o homem criaria uma moral não baseada na coação divina, mas na consciência da necessidade da convivência com outros homens. Essa é a ideia principal da obra “Assim Falava Zaratustra”. Nieztsche é um dos primeiros pensadores a formular uma crítica sistemática das origens do Cristianismo como é conhecido, apontando o seu fundador não como sendo Jesus, mas Paulo de Tarso, que teria deturpado os ensinamentos de Cristo sob sua própria interpretação, e com isso influenciando a organização dogmática da religião cristã posteriormente. Essa crítica é expressa pela sua frase “O único cristão morreu na cruz" no livro “O Anticristo”.

Bruno Bauer

Filósofo alemão do séc. XIX, Bauer foi um dos representantes do movimento dos “Jovens Hegelianos”, um grupo de estudantes que após a morte de Hegel, passaram a difundir as ideias do mestre e a formular seu próprio pensamento a partir delas. Entre os mais famosos hegelianos se encontram Marx e Feuerbach. Bauer foi um dos primeiros pensadores a colocar em xeque a existência de Jesus quando publico uma série de trabalhos onde defendia a tese de que Jesus foi um mito criado no século II, a partir da fusão de elementos das teologias judaica, grega e romana. A fonte principal da critica se baseava na formação da base mitológica de Jesus tão embasada segundo os princípios do Estoicismo, principal fonte para a formação da natureza divina de Jesus. A outra crítica se fundamentava no fato de não haver indícios históricos que apontassem para a existência de um judeu chamado Jesus, sendo esta figura humana um mito messiânico baseado em outra divindade, Mitra, o Deus romano expiador dos pecados. Esse posicionamento radical influenciaria mais tarde pensadores ateus da pós-modernidade como Richard Dawkins.

Jean Paul Sartre

Um dos nomes mais notórios da filosofia existencialista, Sartre sem dúvida é o maior filósofo ateu do século XX. Influenciado pelas ideias marxistas, Sartre desenvolveu uma dialética que explana várias razões para a inexistência de Deus de modo que com a sua existência, a existência do homem se torna impossível. Para Sartre, o homem não possui uma essência determinada. Ao longo de sua vida é que ele dá uma razão para sua existência. Entretanto segundo a teologia tradicional, o homem já possui uma essência antes de existir, uma vez que Deus é quem a determinou. Entretanto há uma contradição, pois se o homem não tem uma essência, logo Deus não poderia conceber uma essência ao homem. Logo, se Deus determina algo, logo não existiria a liberdade. Não existe meio termo para o livre arbítrio tão defendido pela crença teísta, logo há uma contradição na ideia do livre-arbítrio, assim como na definição de Deus.

Para Sartre, Deus não existe também pelo fato do homem não ter consciência da Sua existencia. Tudo o que sabemos sobre Deus vem de uma especulação vinda do próprio ser humano que não passam de teorias à respeito da essência do que seria esse ser. Desse modo, uma vez não tendo consciência da existencia de Deus, até que se prove o contrário Deus não existe, e não existindo, não pode definir a natureza humana, por isso o homem é responsável pela sua própria definição de essência. Por essa crítica a epistemologia divina, Sartre é duramente criticado pelos teístas, principalmente pela Igreja Católica que o colocou no “Índex”, a lista de obras proibidas pela Igreja. Outra ideia de Sartre se fundamentava no maior erro humano, que para ele seria esquivar-se das próprias responsabilidades, atribuindo suas consequência à outras coisas, seja outras pessoas, Deus ou o demônio. Desse modo, assim como dizia Marx, a crença em Deus se tornaria uma muleta com que o homem caminharia em vida, impedindo de moldar a sua essência, tornando um agente passivo nesse processo.

Outra crítica à Sartre vem do fato das pessoas dependerem de uma moral dita divina quando elas próprias poderiam ter consciência de uma moral individual centrada no humanismo. Por isso, o existencialismo sartreano defende a moral laica, em que os valores humanos existam sem a necessidade de um Deus que regule ou defina a existência. Em outras palavras, a moral existencialista pretende que as escolhas morais não sejam determinadas pelo medo da punição divina, mas pela consciência da responsabilidade do homem, tornando as escolhas do homem, puras por excelência e não um fator vindo de um interesse em algo como a recompensa de um céu. Esta é a ideia central da obra “O Existencialismo é um Humanismo”.

Pensadores Pós-Modernos

Richard Dawkins

Considerado o maior representante do movimento neo-ateísta, o filósofo e cientista Richard Dawkins é sem dúvida um dos maiores críticos de religião nos tempos atuais. Autor da polêmica obra “Deus, um delírio”, Dawkins, expõe seus pensamentos não só contra a ideia de Deus, mas também contra a religião, de forma a concretizar a definição do neo-ateísmo como sendo um movimento antireligioso. Humanista e evolucionista, Dawkins defende que a religião atualmente está se tornando uma barreira para a evolução do homem enquanto ser humano consciente. A prova disso está nas demonstrações das contradições religiosas expostas pelo fanatismo dos homens. Antigamente a religião servia para explicar coisas que o ser humano não compreendia, entretanto nos dias atuais, ela ainda existe, mesmo o homem já tendo solucionado essas dúvidas. Desse modo, a religião tornou-se um peso morto na vida do indivíduo impedindo o seu crescimento intelectual e moral.

Segundo o pensador, o delírio, é a religião, que utilizando-se de mitos e lendas, continua a iludir o homem por meio de contradições que ele não enxerga devido à acepção da tradição que vem sendo cultuada na sociedade por séculos. Com isso o homem deve-se libertar tanto da crença em Deus quanto da religião, para com isso evoluir e largar essa pedra que o atrapalha para um progresso eminente. A critica do livro também gira em torno da religião como impecílio à ciência, uma vez que para Dawkins, a ciência só não progrediu mais graças à interferência da religião que defendia um tradicionalismo conservador, opondo-se às novas descobertas científicas. Com isso, graças à religião, a humanidade estaria dezenas de anos atrazadas no processo de desenvolvimento científico.

Sam Harris

Para esse filósofo norte-americano, o ateísmo é uma visão de mundo ou filosofia anti-teísta. Para ele, o ateísmo é consequência da destruição de falsas ideias. Autor da obra “A Morte da Fé”, Sam Harris para ele a religião está pondo em risco o progresso em relação a abordagens mais esclarecidas da ética e da própria espiritualidade. Ele diferencia a religião da espiritualidade, mostrando que a última é essencial ao ser humano, uma vez que ela é que dá a base para a moral individual. Entretanto, não seria viável a crença em Deus uma vez que isso constituiria se submeter a um dogma, e a partir do momento em que se convencionasse um dogma, a espiritualidade deixa de ter uma razão pois a crença giraria em torno da observação de uma norma teorica, e não prática, de modo a não desenvolver a moral individual.

Para Harris, essa moral espiritual deveria ser construida segundo a clássica “Regra de Ouro”, onde a regra básica seria não fazer aos outros o que não quiséssemos que fosse feito a nós. Por essa regra estar presente em todas as religiões, isto mostra que esse preceito vem da consciência do homem da necessidade de uma moral pessoal, não de um dogma religioso estabelecido por uma divindade. No que tange a essa regra moral, ela deveria ser desenvolvida sobre princípios do humanismo secular, onde a espiritualidade seria voltada para a evolução moral do homem para com o homem, não para com Deus ou segundo uma crença.

Outro ponto analisado por Harris, diz respeito às relações interculturais. Com a globalização está ocorrendo cada vez mais um conflito entre os credos ao redor do mundo, pois com essa maior interação, criou-se um clima de superioridade cultural, e por fim religiosa. Isso implica na tentativa de sobrepor uma cultura a outra, como foi visto durante os conflitos no Oriente Médio, onde o Cristianismo combateu o Islã. Uma guerra é mais que um conflito político, é um conflito cultural, é um conflito religioso, e quando isso envolve as duas maiores religiões do mundo, esse conflito toma rumos muito perigosos, pois a cada atentado terrorista ou morte de um civil muçulmano, o mundo pára no processo de evolução a uma sociedade global pacífica. Embora seja praticamente impossível a extinção da crença religiosa, é imprescindível o incentivo ao diálogo inter-religioso para que crie-se pelo menos um clima de tolerância entre os credo, assim evitando conflitos mais graves.

Oração de Nietzsche: Ao Deus desconhecido (por LEONARDO BOFF)

Muitos só conhecem de Nitzsche a frase “Deus está morto”. Não se trata do Deus vivo que é imortal. Mas do Deus da metafísica, das representações religiosas e culturais, feitas apenas para acalmar as pessoas e impedir que se confrontem com os desafios da condição humana. Esse Deus é somente uma representação e uma imagem. É bom que morra para liberar o Deus vivo. Mas não devemos confundir imagem de Deus com Deus como realidade essencial. Nietzsche estudou teologia. Eu pude dar uma palestra na Universidade de Basel na sala em que ele dava aulas, quando fui professor visitante em 1998 lá. Essa oração que aqui se publica é desconhecida por muitos, até por estudiosos do filósofo. Por isso no final indico as fontes em alemão de onde fiz a tradução. No original, com rimas, é de grande beleza. ( Leonardo Boff)


Oração ao Deus desconhecido

Antes de prosseguir no meu caminho
E lançar o meu olhar para frente
Uma vez mais elevo, só, minhas mãos a Ti,
Na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas do meu coração,
Tenho dedicado altares festivos,
Para que em cada momento
Tua voz me possa chamar.
 Sobre esses altares está gravada em fogo
Esta palavra: “ao Deus desconhecido”
Eu sou teu, embora até o presente
Me tenha associado aos sacrílegos.
Eu sou teu, não obstante os laços
Me puxarem para o abismo.
Mesmo querendo fugir
Sinto-me forçado a servi-Te.
u quero Te conhecer, ó Desconhecido!
Tu que que me penetras a alma
E qual turbilhão invades minha vida.
Tu, o Incompreensível, meu Semelhante.
Quero Te conhecer e a Ti servir.


Friedrich Nietzsche (1844-1900) em Lyrisches und Spruchhaftes (1858-1888). O texto em alemão pode ser encontrado em Die schönsten Gedichte von Friederich Nietzsche, Diogenes Taschenbuch, Zürich 2000, 11-12 ou em F.Nietzsche, Gedichte, Diogenes Verlag, Zurich 1994.


DOCUMENTÁRIO: PETRA

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=7KgruLL2j5Y

MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO: PETRA

Petra é um conjunto arquitetônico e arqueológico situado na Jordânia (região do Mar Morto). É composta de várias construções escavadas na rocha. 

O estilo arquitetônico predominante é o helenístico (grego com influências orientais). 

Provavelmente foi fundada no ano de 312 a.C.
Foi um importante ponto comercial da antiguidade.
A região foi dominada por diversos povos: hebreus, gregos, romanos e bizantinos.
A palavra petra tem origem grega e significa pedra (petrus). 
Um terremoto em 551 destruiu grande parte da cidade, deixando-a até hoje quase totalmente em ruínas.

O edifício mais conhecido de Petra é a Câmara do Tesouro (El Khazneh).
Em 2007, foi eleita como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.
É considerado Patrimônio Mundial da Unesco.
É um dos pontos turísticos mais visitados do oriente. 

A região onde se encontra Petra foi ocupada por volta do ano 1200 a.C. pela tribo dos Edomitas, recebendo o nome de Edom. Como a cidade se situava perto do Monte Hor, é muito possível que os horitas, um povo mencionado na Bíblia (Genesis 14:6, 36:20, Deuteronómio 2:12), habitassem essa região ainda antes da chegada dos edomitas. A região sofreu numerosas incursões por parte das tribos israelitas, mas permaneceu sob domínio edomita até à anexação pelo império persa.


A cidade de Petra era denominada Sela em edomita, nome que signica "pedra", "penhasco" ou "rocha" nessa língua; o nome grego πέτρα - Pétra e latino Petra - pedra, penhasco, é a tradução da palavra edomita. O nome árabe البتراء, Al-Bitrā ou Al-Batrā é a arabização do seu nome grego e latino. Importante rota comercial entre a Península Arábica e Damasco (Síria) durante o século VI a.C., Edom foi colonizada pelos Nabateus (uma das tribos árabes), o que forçou os Edomitas a mudarem-se para o sul da Palestina, que passou a ter o nome de Idumeia, nome derivado dos idumeus ou edomitas.

sábado, 27 de julho de 2013

O salão de beleza de Platão

Tudo o que é bom é também belo. Platão fundou uma ética baseada na interligação desses conceitos (ou ideias, utilizando a terminologia platônica). Isso quer dizer que a beleza vem de uma percepção (ou lembrança) que temos do que é bom, fundado no mundo das ideias perfeitas que nossa alma um dia conheceu, de onde temos apenas uma lembrança. A beleza platônica não está ligada a um padrão de beleza física estabelecido pela cultura. Chamamos de bom para o pai que cuida bem de seus filhos, de forma honesta e verdadeira, e por isso ele é também belo, independente de sua aparência física. Aquele que leva uma vida equilibrada, verdadeira, que é honesto consigo mesmo, manifesta a beleza em todos os seus atos. No salão de beleza de Platão, nos embelezamos quando nos tornamos sujeitos morais, quando buscamos a essência e a pureza, e aquele vive pela essência acaba por se tornar bom, justo e verdadeiro, e sua beleza se torna transcendental e perfeita. Para Platão, o belo  é  a manifestação física do bem.

Fonte: http://www.netmundi.org/pensamentos/category/textos/page/6/

Nietzsche, os pré-socráticos e a verdade

Friedrich Nietzsche e os pre socráticosNietzsche considerava os pré-socráticos os verdadeiros filósofos, pois não separavam o homem da natureza. Eles produziram uma filosofia carregada de mitos, imaginação, cores, cheiros e sabores, voltada para a vida e seu dinamismo, para a descoberta dos fundamentos do mundo através da contemplação e apreciação da natureza. Por isso eles foram chamados de “os filósofos da natureza”.  Heráclito, um dos pré-socráticos que influenciaram Nietzsche, declarou que “um mesmo homem nunca se banha no mesmo rio”, apontando para a eterna transformação e devir da natureza e enfatizando a ideia de que o homem era parte desse dinamismo.
A “busca pela verdade” iniciada por Sócrates é para Nietzsche um grande engano, um desvio que levou todo o mundo ocidental a investigar aquilo que não existe, além de cometer o erro de colocar o homem no centro da investigação filosófica. Essa mudança de objetivo (da natureza para o homem)  é conhecida na história da filosofia como “virada antropológica”.
Diante da busca pelo “eu” e pela “verdade” , empreendimento que perdura até hoje, Nietzsche faz as seguintes perguntas: para que queremos a verdade?  quanta verdade somos capazes de suportar?

Nietzsche, o filósofo-dinamite.

Friedrich Nietzsche, filósofo alemãoMuitos tomam Nietzsche como um filósofo superficial, que só queria agredir, pois sua forma de se expressar é radicalmente diferente dos demais filósofos, que eram “certinhos”. No entanto, ao ler seus livros e montar o mosaico de suas ideias, percebe-se uma profunda crítica aos valores da sociedade ocidental feita de forma poética e apelando aos instintos do leitor. A própria forma de se expressar já era uma crítica à filosofia ocidental, que “deveria” ser “logicamente estruturada”. Para ele, toda a filosofia ocidental após Sócrates é uma tragédia, uma lástima. Nietzsche acreditava que os pré-socráticos estavam certos, pois faziam filosofia com instintos, poesia e mitos, tinham uma filosofia a favor da vida. Nietzsche afirma categoricamente que todo o pensamento ocidental após Sócrates é uma negação da vida, que teve seu ponto alto com os valores cristãos, que ele chamava de “filosofia de escravos”. Nietzsche não é um filósofo que se lê, é um filósofo que se enfrenta. O próprio Nietzsche alerta o leitor: “eu não sou um homem, eu sou dinamite”.

O julgamento de Sócrates

Apologia de socrates, atenas, defesa de socrates
O livro Apologia de Sócrates, de Platão, é um relato da defesa de Sócrates perante o tribunal de Atenas. Ele era acusado de não aceitar os deuses da cidade, introduzir novos deuses e corromper a juventude.  A acusação foi feita por Anito, Meleto e Licon, representantes das classes dos políticos, poetas e oradores da cidade.  Sócrates refutou cada uma dessas acusações e mostrou que seus acusadores  não sabiam o que estavam falando.  Mesmo assim, Sócrates foi condenado à morte pelos representantes da democracia Ateniense. Este evento aconteceu por volta de 400 a.C.
Durante o julgamento, Sócrates manteve sua dignidade e tranquilidade, dizendo que aceitaria a condenação à morte, mas, caso vivesse, não deixaria de fazer o que sempre fez: buscar a verdade e destruir a ilusão daqueles que se achavam sábios.  Para ele, calar a filosofia era calar a própria vida. Por conta disso, Sócrates foi condenado a beber um veneno chamado cicuta, pois a maioria dos jurados eram desafetos que outrora foram incomodados ou desmascarados por ele.
A Apologia de Sócrates é uma das mais belas obras filosóficas da antiguidade, e relata a grandeza de um sábio que enfrenta a morte com serenidade. Durante todo o julgamento, fica claro que Sócrates não está realmente preocupado com sua defesa ou sua vida, mas apenas com a verdade. Ele já sabia que iria morrer, pois sua voz interior, que sempre lhe acompanhou, se calou no dia que ele saiu de sua casa para o julgamento, e isso significava que sua missão chegara ao fim. Ao receber a sentença de morte, Sócrates declarou: “Já é hora de partir, eu para morrer e vocês, para viver. Quem vai para melhor sorte, isso é segredo, exceto para Deus.” Depois da sua morte, seu discípulo Platão condenou a democracia, pois esse julgamento lhe mostrou que ela – a democracia –  poderia calar a verdade tanto quanto a tirania.

Alfredo Carneiro

Qual Deus está morto?

Uma das frases mais controversas de Nietzsche é  ”Deus está morto”, no entanto, ela não corresponde a um ataque ao Deus cristão, como pensa a grande maioria das pessoas. De fato, Nietzsche fez severas críticas ao cristianismo em suas obras, contudo, esta frase é na verdade um ataque à era moderna.
Se na época medieval a questão de Deus era o ponto central, na era moderna ocorre uma transição, uma passagem da visão cristã de Deus para uma nova percepção do mundo e do homem, não mais como um ser criado por Deus, mas um ser dono de si que a tudo investiga com a razão e a experimentação. O Renascimento, que definiu o início da modernidade, foi marcado pelo uso da razão, pela negação da visão medieval e pelo surgimento de um novo Deus: a ciência. A modernidade conseguiu dessacralizar o mundo e não deu ao homem nada em troca, a não ser a crueza de uma vida sem encantos.  O que morreu na modernidade foi a dimensão mítica e divina que sempre acompanhou todas as grandes culturas. Na era moderna essa dimensão se esvaiu em nossas investigações filosóficas e científicas.
Para Nietzsche a era moderna criou uma expectativa desmedida e ingênua, baseada na razão e na ciência, que tirou do homem sua profundidade, legando apenas um conjunto de objetivos mesquinhos e fúteis. “Deus está morto” é também um ataque à própria filosofia de seu tempo, influenciada por Descartes, pai da filosofia moderna que colocou o homem (o “eu”) no centro da investigação filosófica e definiu a natureza como um mecanismo sem mistérios. Nietzsche afirma então que o homem moderno não sabe mais para o que se voltar. A modernidade falhou em dar um significado à vida e  nossa dimensão divina morreu com nossas falsas expectativas, com nossa “busca pela verdade”. A modernidade matou nossa dimensão divina e nos tornou seres pequenos,  egoístas, covardes e assustados.  Nesta perspectiva, Deus está morto.

Alfredo Carneiro

Nietzsche: Uma nova forma de fazer filosofia

Nietzsche caricaturaA intenção de Nietzsche era antes estimular as pessoas a filosofar do que apresentar uma filosofia bem formada e estruturada, como fazem a maioria dos filósofos. Por isso ele era bombástico, poético, contraditório, paradoxal e não tinha medo de ser odiado. Um exemplo é a frase “Deus está morto”, que é debatida até hoje. Nietzsche é um filósofo amado e odiado, motivo de debates virulentos, e era essa sua intenção.

 Fonte: http://www.netmundi.org/pensamentos/2012/07/nietzsche-uma-nova-forma-de-fazer-filosofia/

Sócrates: Sei que nada sei.

Oráculo de DelfosO oráculo de Delfos afirmou que o homem mais sábio de Atenas era Sócrates. Ao saber disso, Sócrates não aceitou a afirmação do oráculo, pois não se achava sábio. Então seguiu dialogando, por toda a sua vida, com várias pessoas ditas sábias. Percebeu então que todos que se afirmavam sábios caiam em contradição ao dialogarem com Sócrates. Sócrates percebeu então que ele era o mais sábio, não por saber mais, mas por saber que nada sabia. Ao contrário dos “sábios” da cidade. Daí vem sua máxima: “Sei que nada sei.”

quinta-feira, 25 de julho de 2013

PAÍS COM A MELHOR EDUCAÇÃO DO MUNDO, FINLÂNDIA APOSTA NO PROFESSOR

O país com a melhor educação do mundo é a Finlândia. Por quatro anos consecutivos, o país do norte da Europa ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. O segredo deste sucesso, segundo Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou exames gigantescos como Enem ou Enade. Pelo contrário: a Finlândia dispensa as provas nacionais e aposta na valorização do professor e na liberdade para ele poder trabalhar.

Jaana Palojärvi esteve em São Paulo nesta quinta-feira (23) para participar de um seminário sobre o sistema de educação da Finlândia, no Colégio Rio Branco. A diretora do ministério orgulha-se da imagem de seu país `tetracampeão` do Pisa. O ranking é elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e aplicado a cada três anos com ênfase em uma área do conhecimento. No último, em 2010, o Brasil ficou na 53ª colocação entre 65 países. Uma nova edição do Pisa será lançada em dezembro.

Na Finlândia a educação é gratuita, inclusive no ensino superior. Só 2% das escolas são particulares, mas são subsidiadas por fundos públicos e os estudantes não pagam mensalidade. As crianças só entram na escola a partir dos 7 anos. Não há escolas em tempo integral, pelo contrário, a jornada é curta, de 4 a 7 horas, e os alunos não têm muita lição de casa. `Também temos menos dias letivos que os demais países, acreditamos que quantidade não é qualidade`, diz Jaana.

A diretora considera que o sistema finlandês de educação passou por duas grandes mudanças, uma na década de 70 e outra em 90. A partir do início da década de 90, a educação foi descentralizada, e os municípios, escolas e, principalmente, os professores passaram a ter mais autonomia.

`Fé e confiança têm papel fundamental no sistema finlandês. Descentralizamos, confiamos e damos apoio, assim que o sistema funciona. O controle não motiva o professor a dar o melhor de si. É simples, somos pragmáticos, gostamos de coisas simples.`

O governo também não costuma inspecionar o ensino das 3.000 escolas que atendem 55.000 estudantes na educação básica. O material usado e o currículo são livres, por isso podem variar muito de uma unidade para outra.

`Os professores planejam as aulas, escolhem os métodos. Não há prova nacional, não acreditamos em testes, estamos mais interessados na aprendizagem. Os professores têm muita autonomia, mas precisam ser bem qualificados. Esta é uma profissão desejada na Finlândia.`

Os docentes da Finlândia ganham, em média, 3 mil euros por mês, em torno de R$ 8 mil reais, considerado um salário `médio` para o país. Para conquistar a vaga é preciso ter mestrado e passar por treinamento. O salário aumenta de acordo com o tempo de casa do professor, mas não há bônus concedidos por mérito. A remuneração não é considerada média. `Em compensação, oferecemos ao professor um ambiente de trabalho interessante.`
Jaana diz que a educação na Finlândia faz parte de uma cultura, resultado de um trabalho longo, porém, simples, mas evita dar lições ou conselhos a outras nações. `Temos muitas diferenças em relação ao Brasil, que é enorme, somos um país pequeno de 5,5 milhões de habitantes. Na Finlândia não temos a figura do Estado, a relação fica entre governo, município e escola. O sistema é muito diferente. A Finlândia não quer dar conselhos, nós relutamos muito em relação a isso`, afirma.

Mais do que o bom resultado do país no Pisa, Jaana comemora a equidade entre as escolas - também apontada pelo exame. `Para nós, é o mais importante. Queremos que as escolas rurais localizadas nas florestas, ou do Norte que ficam sob a neve em uma temperatura negativa de 25 graus, tenham o mesmo desempenho das da capital, das áreas de elite. E (este desempenho) é bem semelhante.`

Entre todos os países testados pelo Pisa, a Finlândia tem a menor disparidade entre as escolas. O resultado tem explicação. Lá, os alunos mais fracos estão sob a mira dos docentes. `Os professores não dedicam muita atenção aos bons alunos, e sim aos fracos, não podemos perdê-los, temos de mantê-los no sistema.`

`Tecnologia é ferramenta, não conteúdo`

Tecnologia também não é o forte das escolas finlandesas, que preferem investir em gente. 

`Não gostamos muito de tecnologia, ela é só uma ferramenta, não é o conteúdo em si. 

Tecnologia pode ser usada ou não, não é um fator chave para a aprendizagem.`

A educação básica dura nove anos. Só 2% dos estudantes repetem o ano, o índice de conclusão é de 99,7%. O segredo do sucesso não está ligado ao investimento, segundo
Jaana, que reforça que o país investe apenas 6% de seu PIB no segmento. `O sistema de educação gratuito não sai tão caro assim, é uma questão de organização`, afirma.

A diretora do ministério da Finlândia esteve na terça-feira (21) em uma audiência púvlica na Comissão de Educação e Cultura do Senado, em Brasília, para apresentar o modelo de educação do seus país aos parlamentares brasileiros.