Uma das frases mais controversas de Nietzsche é ”Deus está morto”,
no entanto, ela não corresponde a um ataque ao Deus cristão, como pensa a
grande maioria das pessoas. De fato, Nietzsche fez severas críticas ao
cristianismo em suas obras, contudo, esta frase é na verdade um ataque à
era moderna.
Se na época medieval a questão de Deus era o ponto central, na era
moderna ocorre uma transição, uma passagem da visão cristã de Deus para
uma nova percepção do mundo e do homem, não mais como um ser criado por
Deus, mas um ser dono de si que a tudo investiga com a razão e a
experimentação. O Renascimento, que definiu o início da modernidade, foi
marcado pelo uso da razão, pela negação da visão medieval e pelo
surgimento de um novo Deus: a ciência. A modernidade conseguiu
dessacralizar o mundo e não deu ao homem nada em troca, a não ser a
crueza de uma vida sem encantos. O que morreu na modernidade foi a
dimensão mítica e divina que sempre acompanhou todas as grandes
culturas. Na era moderna essa dimensão se esvaiu em nossas investigações
filosóficas e científicas.
Para Nietzsche a era moderna criou uma expectativa desmedida e
ingênua, baseada na razão e na ciência, que tirou do homem sua
profundidade, legando apenas um conjunto de objetivos mesquinhos e
fúteis. “Deus está morto” é também um ataque à própria filosofia de seu
tempo, influenciada por Descartes, pai da filosofia moderna que colocou o
homem (o “eu”) no centro da investigação filosófica e definiu a
natureza como um mecanismo sem mistérios. Nietzsche afirma então que o
homem moderno não sabe mais para o que se voltar. A modernidade falhou
em dar um significado à vida e nossa dimensão divina morreu com nossas
falsas expectativas, com nossa “busca pela verdade”. A modernidade matou
nossa dimensão divina e nos tornou seres pequenos, egoístas, covardes e
assustados. Nesta perspectiva, Deus está morto.
Alfredo Carneiro
Alfredo Carneiro
Nietzsche, assim como Carl Marx e outros pensadores ateus, tinham uma pseudo sabedoria. A única exceção foi Albert Einstein. A obra de Nietzsche é bonita, mas sem significado. Não o levem a sério...
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