Tudo o que é bom é também belo. Platão fundou uma ética baseada na
interligação desses conceitos (ou ideias, utilizando a terminologia
platônica). Isso quer dizer que a beleza vem de uma percepção (ou
lembrança) que temos do que é bom, fundado no mundo das ideias perfeitas
que nossa alma um dia conheceu, de onde temos apenas uma lembrança. A
beleza platônica não está ligada a um padrão de beleza física
estabelecido pela cultura. Chamamos de bom para o pai que cuida bem de
seus filhos, de forma honesta e verdadeira, e por isso ele é também
belo, independente de sua aparência física. Aquele que leva uma vida
equilibrada, verdadeira, que é honesto consigo mesmo, manifesta a beleza
em todos os seus atos. No salão de beleza de Platão, nos embelezamos
quando nos tornamos sujeitos morais, quando buscamos a essência e a
pureza, e aquele vive pela essência acaba por se tornar bom, justo e
verdadeiro, e sua beleza se torna transcendental e perfeita. Para
Platão, o belo é a manifestação física do bem.
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