Segundo
alguns documentos preservados nos arquivos do Instituto Histórico e
Geográfico do Estado de Goiás, o povoado de Porto Real do Pontal teve
como origem, ainda em meados de 1738, a sólida morada do velho Félix
Camoa, corajoso desbravador de origem portuguesa, que explorava o
transporte de passageiros entre as duas margens do Tocantins. Uns,
buscando as ricas minas de ouro do arraial do Carmo outros, a
importância do movimento arraial Pontal, que por determinação de Sua
Alteza, mantinha em suas terras o temido Presídio Matança.
Esses documentos provam que com o crescente vai-e-vem de aventureiros,
de um lado para o outro do rio, não tardou que outros barqueiros
aproveitassem a ideia do pioneiro lusitano e também comercializassem a
travessia dos chegantes. Dessa forma, ao aproximar-se o inicio do século
XIX, inúmeros casebres começaram a desenhar um pequeno aglomerado
humano, abrigando ali agricultores, pescadores, trabalhadores preparados
para o transporte de cargas em direção aos dois arraiais, e
mineradores, muito mineradores, na busca diuturna das mais espetaculares
pepitas de ouro já encontradas na região.
Dessa junção de fatores, no decorrer dos anos, ergueu-se um povoado
estável e cristalizado em estruturas econômicas e sociais, alicerçadas
na aquavia chamada rio Tocantins.Não se pode negar o determinismo nesse
rico processo evolutivo, pois os registros históricos dão conta de que
tudo se iniciou com a observação da significativa capacidade de
navegação desse rio, que provocou a transformação das ribeiras da
localidade no mais importante empório comercial de todo o Norte.
Com certeza foi a força e a velocidade dessas águas que proporcionou a
pujança e um desenvolvimento palpável. Isso se confirmou no principiar
de 1807, quando Porto Real do Pontal já se transformara num núcleo de
grande importância para toda região. Com esse progresso, em 18 de Março
de 1809, o lugarejo foi elevado á categoria de Julgado, se solidificando
como o senhor do rio e se destacando, quase que sozinho, motivado pelo
visível declínio da mineração naquelas bandas, principalmente no arraial
do Carmo e no belicoso desaparecimento de Pontal, povoado encravado nas
terras dos selvagens índios Xerentes, que em 1805 dizimou parte da
população que ali vivia.
Por necessidade do estabelecimento de uma nova rota comercial entre o
movimentado Porto Real do Pontal e centros mais desenvolvidos daquele
Brasil colonial, se instalou no lugarejo uma obreira carpintaria e dela
surgiram grandes embarcações feitas por hábeis artesões, que bem
postadas na água partiam rumo a Belém, levando, além do ouro, muita
prata e outros produtos produzidos e retirados desta terra de Félix
Camoa, para serem ali negociados.
Foi com o surgimento deste porto comercial que também aconteceram os
primeiros passos desta comunidade rumo ás áreas administrativas,
intelectual, cultural e religiosa. Com essa estrutura, era certa a
evolução administrativa do lugar. E foi isso que ocorreu, por força de
lei provincial. A 14 de Novembro de 1831, ano em que D.Pedro I abdicou
ao trono, o Julgado de Porto Real foi elevado á Porto Imperial. Aquela
outorga definia em lei a sede definitiva do município, que por
legislação pertinente tinha de receber órgãos de administração pública
com a competência de normatizar o cotidiano daquela já destacada
comunidade.
Após a contagem evolutiva de trinta anos da instalação de Porto
imperial, exatamente em 13 de julho de 1861, por determinação da
resolução provincial n° 333, assinada por José Martins Alencastro,
presidente da Província de Goiaz, nascia assim Porto Nacional, o mais
importante pólo cultural, político, econômico e social do então Norte
Goiano, hoje Estado do Tocantins. Naquele dia foi entregue as
autoridades do lugarejo o diploma de Emancipação Política do Município
que deu seus primeiros passos no antigo Porto Real do Pontal, onde tudo
começou, com sonhos, ouro, fé, crença no futuro.
Segundo o escritor Durval Godinho, naquele momento histórico em que
Porto Nacional ganhou a condição de município, um relatório do Governo
da Província de Goiaz, encaminhado documento à Assembléia Legislativa
Provincial, oficializando que pelo senso de 1861, realizado na
localidade, constatou que ali havia uma população de 3.897 pessoas
livres e 416 escravos, perfazendo um total de 4.313 habitantes. Além do
que, o levantamento sensitário daquele ano apontou a existência de 3
escolas para alunos do sexo masculino e uma para estudantes do sexo
feminino. (Texto de Edivaldo Rodrigues).
Fonte: http://www.portonacional.to.gov.br/pagina-cidade-um-breve-historico-sobre-a-fundacao-e-emancipacao-politica-de-porto-nacional.html
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